O Centro Cultural e de Investigação do Funchal inaugura, no próximo dia 6 de junho, quinta-feira, pelas 18h00, a exposição ‘Ukiyo-e: a beleza e cor do efémero’, na sua Galeria B, que conta com 119 obras criadas entre o século XVII e o século XIX, dedicadas à xilogravura japonesa.
De acordo com uma nota do CCIF enviada ao Jornal, esta exposição estará aberta ao público de todas as idades, sem custos de entrada, numa política aplicada a todas as exposições realizadas, e estará patente naquele espaço até ao final de outubro.
As gravuras que compõem esta mostra pertencem à ‘Fundación Museo de Artes do Gravado á Estampa Dixital’, do Concello de Ribeira, Coruña, que, ao abrigo de uma parceria institucional modelar, iniciada com a exposição ‘Suite Vollard’ de Pablo Picasso, com que inaugurou o CCIF (setembro 2023 – abril 2024), a cedeu nesta oportunidade.
Como promove o CCIF, esta exposição apresenta-se como “um maravilhoso aperitivo” para todos os que desejam conhecer melhor o Japão e constitui uma oportunidade para qualquer pessoa se “apaixonar por este ‘mundo flutuante’.”
Recorde-se que, no espaço da Galeria A, inaugurou no final do mês de abril uma instalação do artista madeirense Rigo 23, inspirada na experiência da estética e da simbologia do zapatismo, no México do século passado.
Sinopse
“Ukiyo significa ‘figuras do mundo flutuante’, que alude aos pequenos prazeres da vida quotidiana ao revelar figuras de relevo da época, como os samurais, os atores de teatro kabuki, os lutadores de sumo, as belas bijin-ga, ou as cálidas e românticas paisagens da natureza japonesa.
Numa época em que o Império japonês fechava as suas fronteiras ao mundo, as gravuras Ukiyo-e aparecem como resposta à necessidade intrínseca do homem se representar como ‘ser cultural’ e, como tal, se apresentar comunitariamente aos outros.
A procura das diferentes representações era especialmente intensa entre os setores médios da sociedade e as gravuras, impressas às centenas, conformam uma verdadeira democratização da arte e do seu consumo.
A influência que esta técnica impôs no acesso generalizado à arte, é inquestionável, vulgarizou o usufruto de obras de arte por muitos e multiplicou o seu comércio. Desde a Grande Onda de Kanagawa de Hokusai da série “Trinta e seis vistas do monte Fuji”, às típicas expressões demonstradas nos atores de kabuki, ou aos rituais de sumo que ainda hoje são realizados, o Ukiyo-e tornou-se uma inspiração para artistas e amantes da cultura japonesa pelo mundo inteiro. Desde o Anime ao Manga, do judo à arquitetura, da gastronomia à moda.”