“Falta povo dentro da autonomia”. A frase foi proferida pelo padre José Luís Rodrigues, na conferência organizada pelo grupo parlamentar do JPP sobre ‘Autonomia e revisão constitucional’.
O pároco, muito interventivo e crítico, comentou que a autonomia “já foi um naco cheio de carne”, mas que estará atualmente a pele e osso.
Na sua intervenção, manifestou-se sobre a migração, que deve ser respeitada.
Sobre a pobreza, José Luís Rodrigues entende que “está debaixo do tapete” na Madeira, com o peso do turismo. “É preciso ter coragem de levantar o tapete”, vincou.
Na sua ótica, os sem abrigo são pessoas doentes que precisam de ajuda no combate a essas mesmas patologias.
Sobre o turismo, entende que é preciso atenção e tomar medidas para proteger o ambiente e a casa comum, com medidas concretas.
Está sobre esta geração a responsabilidade de não transformar “a Madeira num penhasco árido sem riqueza ambiental e cultural”.
Um flagelo que nota também na Região é o da Habitação, apontou ainda o orador. “Há casais com filhos desesperados com ações de despejo”, quando há prédios construídos para ricos, com pobres a volta. “Não podemos voltar ao tempo das furnas e dos barracões”, alertou, reagindo a “conversa fiada” de partidos sobre esta problemática. Considerou que a culpa não é dos imigrantes. “Temos de saber acolher e integrar”, disse.
Sobre a saúde, “não está bem”, disse, advogando que o sistema regional de saúde tem de saber dar resposta aos utentes que sofrem. “Tem de haver humanismo”, disse depois de lembrar as listas de espera.