O Dia Mundial dos Avós, assinalado a 26 de julho, destaca a importância dos avós na família, reconhecendo o seu papel na construção de laços afetivos e de memórias duradouras. Num tempo em que o ritmo acelerado e a tecnologia tendem a afastar as gerações, torna-se essencial reconhecer o valor da sua sabedoria, da sua experiência e do amor incondicional que oferecem.
Mais do que cuidadores, os avós são fontes de histórias, tradições e valores que moldam a identidade familiar e reforçam o sentido de pertença, permitindo aos netos compreenderem melhor as suas raízes. Estudos revelam que a convivência próxima com os avós pode reduzir o stresse e a ansiedade, aumentar a resiliência e proporcionar um ambiente de segurança e estabilidade. O carinho, a paciência e a atenção que dedicam promovem a autoestima, a confiança e o bem-estar nos netos.
Os avós também contribuem para o desenvolvimento cognitivo das crianças através de atividades como jogos de tabuleiro, leituras partilhadas ou passeios na natureza. Estes momentos estimulam a curiosidade, o pensamento crítico e as competências de resolução de problemas. Ao mesmo tempo, ensinam o valor das relações intergeracionais e fomentam atitudes de respeito e empatia, reforçando uma visão positiva do envelhecimento e da importância da família como rede de apoio.
No entanto, esta convivência tão rica também pode trazer desafios. Um dos mais comuns é a sobrecarga de responsabilidades. Com os pais cada vez mais ocupados, muitos avós assumem papéis ativos na educação dos netos, o que pode gerar desgaste físico e emocional, sobretudo quando também enfrentam questões de saúde, trabalho ou outras obrigações pessoais.
Diferenças nas abordagens educativas, nos valores ou crenças entre pais e avós podem gerar conflitos sobre regras, disciplina ou rotinas. A presença constante dos avós pode alterar a dinâmica familiar, exigindo adaptações nem sempre fáceis.
A idade avançada dos avós é outro factor a considerar, pois limitações físicas ou problemas de saúde podem afetar o tipo de atividades partilhadas com os netos e gerar preocupações emocionais nas crianças.
Para manter uma convivência harmoniosa, é essencial o diálogo aberto entre pais e avós, com respeito mútuo e definição clara de papéis e limites. Quando necessário, o apoio de um psicólogo pode ser um bom suporte para resolver conflitos e reforçar os vínculos familiares.
Outro desafio atual é a relação com a tecnologia. Muitos avós sentem-se deslocados num mundo digitalizado, onde a comunicação se faz por ecrãs e redes sociais, o que pode dificultar o contacto emocional com os netos, exigindo paciência, compreensão e apoio para promover a inclusão digital.
Neste mês de julho, deixo um convite: dedique um tempo para lembrar e celebrar o Dia dos Avós, quer seja através de uma memória, uma visita, um contato telefónico ou mesmo uma mensagem. Cada gesto conta! Que os avós continuem a ser fonte de inspiração e de amor, e que nunca nos esqueçamos do papel que têm na construção das famílias e da sociedade.