Club Sport Marítimo e a sua venda da SAD

A Assembleia-Geral Extraordinária do Club Sport Marítimo, relativa à venda da participação do Club na SAD, falaremos sobre a distinção dos dois, ocorrerá nesta próxima sexta-feira, 18 de julho 2025.

Foi disponibilizado aos sócios um documento relativo à venda dessa participação, as novidades foram poucas, tendo em conta que maior parte do que lá constava já tinha sido divulgado na comunicação social.

O Marítimo da Madeira Futebol SAD, é uma Sociedade Anónima Desportiva da qual o Club Sport Marítimo é sócio maioritário do mesmo, com uma participação superior a pouco mais de 90%, o que faz que o mesmo, neste momento, possa ser considerado como dono da SAD.

Do ponto de vista do Club Sport Marítimo, esta alienação de 40%, nesta primeira fase, é somente uma venda para a entrada de capital no Club. Posteriormente, se a SAD subir ao primeiro escalão do futebol português, o investidor tem a opção de adquirir mais 11% da SAD, e somente nesta fase o Club deixa de ser sócio maioritário do mesmo.

Pondo os pontos nos i’s, não sou contra a venda da participação do Club, na SAD, a investidores, desde que o dinheiro sirva os interesses do Club Sport Marítimo, porque citando um antigo presidente, “o Marítimo é maior que o pontapé na bola”, ele referia-se sobretudo a assuntos de betão, mas eu sempre percebi que o Marítimo é maior que tudo graças à sua mística, graças ao povo que sabe lutar, graças à alma maritimistas, que somos todos nós que desde sempre apoiamos, choramos e celebramos o chamado “maior das ilhas”. Até o próprio mantra “maior das ilhas”, foi colocado em cima do Club Sport Marítimo por ir exatamente onde ninguém se atrevia a ir, falo da digressão às antigas colónias portuguesas nos anos 50 do século passado.

O Club Sport Marítimo é, sempre, maior que o pontapé na bola, devido aos adeptos que desde 20 setembro de 1910 fazem o que é o Club Sport Marítimo. Daí não ser contra a venda da participação do Club, na SAD, que os adeptos, esses, não estão à venda.

O que fazer com o dinheiro da venda, então? Investir em condições para os adeptos, para os atletas de todas as modalidades, que recaem sobre o braço do Club, para a manutenção das infraestruturas do Club, aumento do património humano, para além do físico. Tudo o que seja para elevar o Club e os seus adeptos.

Até ao momento foi a parte a favor da aprovação em Assembleia-Geral Extraordinária da participação do Club na SAD.

Apesar de tudo a chamada mola impulsionadora do Club foi e será sempre o futebol. Salvo raras exceções, em Portugal todos os clubes giram em torno do futebol, é o que dá mais exposição e retorno. Os receios são perfeitamente compreensíveis, mas o dramatismo em relação à não-venda são, na minha óptica, perfeitamente exagerados.

O meu maior receio é não ter confirmação a quem venderemos. A ausência de confirmação do nome, segundo consta, por insistência do comprador, é algo que não me irá permitir em votar em consciência, já sabemos dos contornos do negócio, não sabemos é que vai tomar conta da SAD, e acima de tudo, do futebol. Aos sócios ainda não deram possibilidade de investigar, de formar opinião sobre o comprador, de criar um veredicto sobre o mesmo, digamos.

Esta ausência de nome é preocupante.

Os discursos apocalípticos desta direção, procurando enfiar aos sócios a narrativa de o futebol não irá sobreviver, é no mínimo exagerada. Para isso temos o exemplo da época passada, a instabilidade criada pela direção, em torno do comando técnico da equipa de futebol, foi o que nos levou ao fecho de época menos positivo.

A venda da percentagem do Club Sport Marítimo na SAD, não é algo novo, e não é algo dramático, pois o Club Sport Marítimo continuará a existir sempre graças aos seus adeptos.

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