Na sua terceira intervenção durante as Jornadas Madeira, Basílio Santos, deputado do JPP que se apresenta no evento na qualidade de munícipe, questionou a ideia de que a Calheta se destaca dos restantes concelhos da Região em termos de desenvolvimento. Para o interveniente, o atual dinamismo é sobretudo “uma conjuntura” impulsionada pelo turismo e não resultado de fatores estruturais diferenciadores.
Defendeu que as autarquias devem acompanhar esta evolução com investimento público consistente, nomeadamente em melhores infraestruturas e espaços de lazer, evitando usar o crescimento do setor turístico como bandeira política, sobretudo quando esse desenvolvimento “se verifica sobretudo em questões privadas”.
Referindo-se à recente polémica sobre a privatização de percursos pedestres, Basílio Santos considerou que a Câmara Municipal da Calheta deve reivindicar a preservação e gestão desses espaços, sublinhando que representam uma mais-valia pública para o concelho.
Na resposta, Carlos Teles afirmou que o desenvolvimento sentiu-se no município muito antes do ‘boom’ no turismo, reiterando que a Calheta está no mapa devido ao trabalho realizado.
No que concerne à privatização dos percursos, defende que é preciso estudar esta questão, afirmando não ter qualquer problema com esta medida desde que esta não prejudique os madeirenses. “Os estrangeiros que nos visitam não têm qualquer problema em pagar esses percursos”, afirma, considerando que nesta altura “não há turismo a mais na Madeira”. “É preciso trabalhar para criar condições para os turistas, desde que os direitos dos madeirenses fiquem salvaguardados. O madeirense não tem de pagar para ir aos miradouros, mas um turista deve pagar”, rematou.