Gracinda Rocha da Silva, da comissão de trabalhadores da RTP está a ser ouvida pela Comissão de Educação, Desporto e Cultura, lamenta que os colaboradores não tenham sido auscultados sobre as mudanças do canal, cuja gestão da emissão passou a ser controlada pela estação a nível nacional.
A representante dos trabalhadores referiu que têm sido notados alguns constrangimentos como no início do telejornal, autorizado pelo editor de Lisboa, o que por vezes causa pequenos atrasos.
Para além disso, na programação própria da RTP Madeira, em especial entre as 17 horas e as 19 horas, tem tido alguns problemas na transmissão, com a transferência de competências do canal regional para a equipa nacional, que também gere outros canais da Radio Televisão Portuguesa.
A dada altura das suas explicações aos deputados da Comissão presidida por Miguel Ganança, do JPP, Gracinda da Silva salientou que devido a problemas da falta de continuidade da emissão, “a tendência é mudar de canal, estamos a perder telespectadores”.
Clarificando que há um responsável 24 horas na emissão, em Lisboa, Gracinda Silva que respondia ao deputado Válter Correia, do PSD, salientou que esse mesmo profissional tem a seu cargo outros canais ao mesmo tempo.” Estamos num pacote dos canais do internacional, memoria e África, e as delegações regionais”, disse.
Já em resposta ao deputado do JPP, Paulo Alves, sobre se há ou não falta de pessoal e sobre se foram ouvidos sobre as mudanças, a inquirida disse que “tocou num dos pontos mais fortes”.
Salientando que esta é a direção mais antiga da RTP Madeira, Gracinda Silva admitiu que “há um ambiente de algum mal estar” entre os trabalhadores e a direção. A falta de meios humanos é a principal causa, uma vez que os diretores afirmam que não há pessoal formado para contratar. “Não é verdade, porque há sempre jovens a serem formados”, e com a saída de trabalhadores há a possibilidade de contratar mais.
Admitindo que se chegou “ao limite máximo de desrespeito” pelos colaboradores com a falta de auscultação sobre mudanças de gestão, a porta voz disse que “por mais descontentes que os trabalhadores se sintam, trabalham sempre para que a emissão saia para os telespectadores o melhor possível”.