A secretária regional da Inclusão, Trabalho e Juventude, Paula Margarido, visitou esta segunda-feira a Casa de Acolhimento ‘Aconchego’, em Água de Pena, Machico, uma estrutura de acolhimento temporário para crianças em situação de risco. Acompanhada pela presidente do Instituto de Segurança Social da Madeira (ISSM), Nivalda Gonçalves, a governante pôde testemunhar de perto o trabalho dedicado das equipas que ali prestam apoio.
Atualmente, a Casa ‘Aconchego’ acolhe nove crianças, com idades entre os 1 e os 10 anos, acompanhadas por uma equipa composta por 19 técnicas e funcionários. Duas das profissionais asseguram a permanência noturna na instituição, garantindo o acompanhamento contínuo e o ambiente familiar de que estas crianças necessitam.
Durante a visita, a diretora da instituição, Margarida Acciaioli, partilhou com a secretária regional casos recentes de crianças, anteriormente acolhidos, foram reunificados com a sua família biológica, na sequência de uma decisão judicial que reconheceu a recuperação das condições familiares. A responsável sublinhou que esse é o objetivo maior da instituição: proporcionar às crianças uma estrutura segura enquanto se trabalha para a sua integração numa família, seja através da reunificação ou da adoção.
Paula Margarido teve também oportunidade de observar os cuidados prestados durante momentos do quotidiano, como o lanche, e ouviu as preocupações das técnicas relativamente a algumas necessidades de intervenção nas instalações. Sensível à questão, a Secretária Regional assegurou a SRITJ e o ISSM prosseguirão a colaboração com a Associação Causa Social.
Num momento mais informal, já entre adultos e à volta de um chá, foi partilhada a dificuldade sentida pelas técnicas em separar a dimensão profissional da componente emocional, numa realidade em que o trabalho diário envolve crianças muito pequenas, em contextos profundamente vulneráveis. “É impossível não nos ligarmos”, confessou uma das colaboradoras. Ainda assim, todas destacaram que o foco principal é sempre garantir o bem-estar das crianças e o seu direito a crescerem numa família.
Paula Margarido elogiou o compromisso da Associação Causa Social e das equipas da Casa ‘Aconchego’:
“O que aqui se faz é profundamente humano. As crianças que aqui estão recebem muito mais do que cuidados básicos – recebem afeto, segurança e dignidade. Quero deixar um agradecimento sentido a todos os profissionais desta casa pelo que representam para estas crianças.”
A Casa de Acolhimento ‘Aconchego’ acolheu nos seus 22 anos de existência um total de 189 crianças, tendo capacidade máxima de 14 lugares, sendo duas camas da unidade de emergência, evidenciando o papel estruturante que desempenha na proteção infantil na Região Autónoma da Madeira.