Montenegro diz que Governo quer dar nas próximas semanas sinais de incentivos a investimentos na Defesa

O primeiro-ministro afirmou hoje que “nas próximas semanas” o Governo pretende dar sinais de incentivos aos investimentos na área da Defesa, defendendo que “as oportunidades são muitas” para Portugal, desde que haja rapidez.

No encerramento da conferência “Economia Sem Fronteiras” do canal Now, que decorre num hotel em Lisboa, Luís Montenegro reiterou que o compromisso internacional que o país assumiu de investir mais em Defesa não deve corresponder “apenas a gastar mais dinheiro”.

“Aliás, não devem mesmo corresponder a isso. Devem corresponder a mais investimento que possa ser reprodutivo do ponto de vista das oportunidades de negócio, da dinamização da indústria, da fixação de capital humano, do desenvolvimento de conhecimento científico, tecnológico e do aproveitamento das oportunidades para as indústrias que não são exclusivamente da área da defesa”, afirmou.

O primeiro-ministro acrescentou que, nesta área, “as oportunidades são muitas” para um país como Portugal.

“Assim nós sejamos rápidos e o Governo tentará nas próximas semanas deixar isso claro: assim sejamos rápidos a incentivar os nossos empresários também a olharem para esta área e a perceberem que nós não estamos a falar apenas da circunstância atual, dos conflitos que estão a ocorrer, mas de uma política de dissuasão que vai durar, de uma política de segurança e defesa que implica que nós possamos estabelecer relações entre Estados para comprarmos material uns aos outros”, disse.

Montenegro defendeu que a Europa tem de “estabelecer relações de comercialização neste domínio que favoreçam as suas próprias indústrias” e, também neste setor, tem de simplificar regras

“Também aqui precisamos de perceber que as regras de contratação, que os procedimentos são importantes. Nós não podemos estimular as nossas indústrias e depois não lhes comprarmos a sua produção”, afirmou.

Por exemplo, apontou, o Governo não pode “pedir a reconversão, ainda que temporária, de uma indústria têxtil para produzir equipamento militar” para depois comprar esse equipamento à China.

“Com todo o respeito pelas regras da concorrência, os clientes do material militar são os Estados. E como são os Estados, têm não só o interesse puramente comercial, que é relevante, mas têm outros interesses”, disse.

O primeiro-ministro salientou que Portugal hoje já constrói vários componentes que servem para material civil e para material militar, nomeadamente na aeronáutica.

“Refiro, por exemplo, a Embraer, a Airbus, a Lufthansa Technik, que ainda recentemente localizou em Santa Maria da Feira um investimento na ordem de 700 milhões de euros. Temos outros pedidos de análise em curso, mas também podemos estar a falar ainda nesta área da nossa indústria do têxtil ou da nossa indústria dos moldes”, referiu.

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