“Temos recordes de receita fiscal, mas trabalhadores com salários de miséria”, diz o PS

Coube a Gonçalo Leite Velho a intervenção final da bancada socialista na discussão da Conta da Região relativa ao exercício do ano económico de 2023, dizendo desde já que o PS irá votar conta.“O ano de 2023 foi um ano de crescimento para a economia portuguesa e para a economia madeirense. Existiram três fatores fundamentais para esse sucesso, todos eles exógenos às nossas economias: O fenómeno da forte procura pelo turismo; O crescimento da inflação; O Plano de Recuperação e Resiliência”, conforme partilhou, enfatizando que “um dos problemas maiores da sociedade e economia madeirense é dar pouco crédito a estes fatores exógenos.

Ao invés, há uma narrativa com 50 anos que procura fazer acreditar que tudo na economia madeirense começa e acaba no Governo Regional e no PSD-Madeira”.

Debruçando-se no documento, o deputado socialista diz que “o Governo Regional hesitou em aplicar a política de recuperação das taxas de impostos que estavam em vigor antes do PAEF. Tal significou em retirar mais volume financeiro à economia. Esse volume financeiro foi aplicado para apagar o desastre da dívida das sociedades de desenvolvimento. Ou seja, não foi aplicado em investimento produtivo. E naquilo que deveria aplicar, ou seja, a execução do plano de investimentos, incluindo o PRR ficou muito aquém”.

No seu entendimento, “o Governo do PSD-Madeira foi hábil em retirar dinheiro da economia, mas escolheu investir para apagar os traços da sua gestão desastrosa anterior, em vez de o devolver e investir na economia madeirense. Pior, o Governo do PSD-Madeira falhou nas áreas em que os madeirenses mais precisavam”.Nas suas contas, “falhou redondamente na execução do PRR. Tinha 207 milhões de euros para executar, apenas executou 68,7 milhões. Apenas executou um terço da verba orçamentada, tendo desperdiçado 67% da mesma. Tal significou atrasos significativos na resolução dos problemas mais sentidos pelos madeirenses, nomeadamente na Habitação”.

Falhou, também, “na execução do orçamento de uma secretaria fundamental: a Inclusão. Numa região que contínua, infelizmente, a ser notícia pelos índices de pobreza. O Governo falhou a execução de 28 milhões de euros, ou seja, mais de metade do orçamento (52,7%)”.

Para o PS, a Conta apresenta “números bonitos, que alimentam a imprensa regional, mas temos famílias que não conseguem pagar as contas ao fim do mês. Temos hotéis cheios, mas temos jovens que emigram porque aqui não conseguem construir futuro. Temos recordes de receita fiscal, mas temos trabalhadores que vivem com salários de miséria”.

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