O mundo, na sua ciclicidade, está a atravessar mais um período de mudança, maioritariamente, devido ao ser humano. Vivemos numa sociedade em que impera a competição desmedida, o poder económico e o dinheiro e infelizmente, também o egoísmo e a ambição.
Quando ligamos os media, é triste ver que as manchetes são principalmente, sobre guerra, interesse económico, violência e desavenças políticas. E também é triste que, quando se partilha algo de bom nas redes sociais, ou mesmo um pedido de ajuda, a resposta serem comentários de ódio ou de gozo e insensibilidade.
O individualismo está a ficar descontrolado! Basta pensarmos no COVID ou mesmo, mais recentemente, no “apagão”. Foram filas intermináveis nos supermercados, luta por papel higiénico (ainda não percebi, até hoje, o porquê) e toda a gente a tentar adquirir o maior número de garrafões de água possível. E além de tudo isso, o aumento de custos de bens para necessidades básicas, propositado. É o lema do salvaguardar-se a si próprio e do resto que se lixe!
Um simples exemplo, que acontece com recorrência é o dos estacionamentos para pessoas com necessidade de prioridade! Quantas e quantas vezes, determinados indivíduos sãos estacionam o seu carro num lugar prioritário, só porque sim. Só porque fica mais fácil e só porque pensam só em si próprios.
Já, nas empresas, somos tratados como seres sem umbigo, em que o esforço é compensado apenas com uma palmadinha nas costas, para bem de um umbigo supremo. No mercado imobiliário, somos vistos, como umbigos obsoletos, pois existem outros umbigos, exóticos e de luxo, mais atrativos, que enchem umbigos ambiciosos. E para o governo somos tratados como umbigos fantasmas!
Mas claro que também existe o outro lado. O daqueles que só pensam no umbigo dos outros. Há quem se esqueça de si próprio e viva para servir e cuidar e para tornar confortável o outro, o que é sem dúvida um ato de amor. Mas apesar de ser um ato de louvar, tem de haver um equilibro entre o cuidar do outro e de si próprio. Ser feliz em ajudar não pode ser sinónimo de se anular. E por falar em anular, há quem se anule completamente e entupa o umbigo com o outro, seja para viver de aparências ou para viver para agradar, ou para viver com medo de represálias. Para findar, ainda existem aqueles em que, quando é para olhar para o seu próprio umbigo, não lhes convém! Aqueles que quando têm que melhorar hábitos de saúde, desviam a conversa e que quando o assunto é se responsabilizar por uma má atitude, não olham para si e culpam o outro.
Vamos pensar no nosso umbigo para o que realmente interessa! Deixem-se de egoísmo, egocentrismo e narcisismo! Apesar de a caminhada, aprendizagem e crescimento individual ser responsabilidade própria, vivemos em sociedade. Vejam se de vez em quando se colocam no umbigo do outro. Cuidemos do nosso umbigo, responsabilizemo-nos pela nossa vida e atitudes, mas não pensemos que o nosso umbigo é o centro do mundo! E isto é válido para todos nós!
O nosso umbigo tem de ser o mais bonito, sim! Mas temos de saber que o dos outros também o é!
Carina Teixeira escreve à segunda-feira, de 4 em 4 semanas.