A Região Autónoma da Madeira soma já 48 meses consecutivos de crescimento económico, superando a média nacional e destacando-se num contexto global marcado pelo abrandamento das principais economias mundiais. A afirmação foi feita hoje por Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional, na sessão de abertura do Encontro Fora da Caixa da Madeira, no Savoy Palace, evento que tem como tema ‘Madeira: Pespetivas do Próximo Ciclo Político e Económico’.
Perante um auditório composto por protagonistas de relevo da vida política, económica e académica portuguesa, o governante começou por sublinhar que a Madeira é uma economia aberta ao exterior e, por isso, particularmente sensível aos desafios geopolíticos e económicos mundiais.
“Temos um abrandamento do crescimento económico mundial, isso é constatável em todos os blocos económicos (…) A União Europeia está também praticamente estagnada, cresceu 0,4% em 2024, 0,9% em 2025”, disse, constatando que há também “um arrefecimento do crescimento económico mundial, um abrandamento do crescimento económico com consequências e desafios geopolíticos” pela frente.
No entanto, no que concerne à Região, “teve um crescimento e tem um crescimento continuado há 48 meses consecutivos, graças ao empenho dos agentes económicos, dos trabalhadores, das empresas da Região e, sobretudo, também, ao próprio ambiente de confiança que vivemos neste momento”, frisou. Albuquerque disse que, entre 2023 e 2025, a Região evidenciou-se acima da média nacional com um crescimento de 3,2%.
“A maioria do País, como sabem tem um bom crescimento no quadro do crescimento europeu, foi de 2,2% entre 2023 e 2025”, apontou.
PIB cresceu 83% desde 2015
Segundo o presidente do Governo Regional, o Produto Interno Bruto da Madeira deverá atingir os 8 mil milhões de euros até ao final de 2025, face aos 4,3 mil milhões registados em 2015 — uma subida de 83%.
Já o rendimento per capita também atingiu um número “extraordinário”, situando-se 8% acima da média nacional.
Contudo, Albuquerque alertou para um problema: “ a indexação do Fundo de Coesão na Lei das Finanças regionais ao crescimento económico, que a nossa situação de ultraperiferia estrutural , com todos os problemas inerentes à ultraperiferia, tenham desaparecido. E o que é mais injusto é penalizar no Fundo de Coesão quem tem sucesso no crescimento económico”, apontou, frisando que isso tem de ser alterado no quadro da nova Lei das Finanças Regionais.
Desemprego em mínimos históricos
Outro dado em destaque foi a redução “abrupta” da taxa de desemprego. “Temos um desemprego mais baixo dos últimos 20 anos, ainda bem, e estamos a importar mão de obra não qualificada. O que não é dramático, desde que essa mão de obra seja importada e seja consolidada em condições humanas de trabalho e de alojamento para os trabalhadores”, realçou.
Miguel Albuquerque relevou ainda a saúde das finanças públicas regionais, com uma dívida pública equivalente a 65% do PIB — abaixo da média europeia. O Governo Regional continuará a apostar na amortização da dívida e na redução fiscal, assegurou.
O líder regional terminou a sua intervenção reiterando o compromisso do Executivo com o investimento em habitação, saúde pública, educação e ciência. O setor tecnológico, uma das apostas da Região, já movimenta 614 milhões de euros, sublinhou.