Greve de motoristas no dia da Festa do Chão da Lagoa em protesto contra declarações de Albuquerque

Motoristas da Rodoeste e da Horários do Funchal estão em greve de 48 horas.

A greve de 48 horas dos motoristas de autocarros na Madeira ganhou novos contornos esta quarta-feira, com o Sindicato Nacional dos Motoristas (SNMOT) a anunciar que os trabalhadores mandataram o Sindicato para convocar uma nova paralisação para o dia da tradicional Festa do Chão da Lagoa. O objetivo é claro: “demonstrar a Miguel Albuquerque que estes trabalhadores não admitem que brinquem com eles”.

As declarações foram proferidas esta manhã pelo presidente do SNMOT, Manuel Oliveira, após o plenário na Praça do Município, no Funchal. O sindicalista não poupou críticas ao presidente do Governo Regional, acusando-o de “discriminar trabalhadores” e de não honrar o cargo que ocupa. E deixou um recado ao chefe do executivo: “não é ninguém para determinar a expulsão do sindicato Nacional dos motoristas dos Trabalhadores da Ilha para o continente. mais depressa o doutor Miguel Albuquerque é expulso da quinta vigia do que o sindicato da Região”, afiançou. O sindicalista acusa ainda Albuquerque de não ser equidistante dos sindicatos.

O dirigente sindical fez ainda um ponto de situação sobre a paralisação da Horários do Funchal e da Rodoeste em curso, lamentando que a ACIF tenha rejeitado realizar uma reunião esta tarde, como proposto pelo sindicato, para discutir os termos de uma proposta que, segundo Oliveira, partiu da própria ACIF. “Por razões que não compreendemos, entenderam não fazer essa reunião”, afirmou em declarações à rádio JM FM.

Já no que diz respeito à empresa Horários do Funchal, o presidente do SNMOT negou ter recebido qualquer proposta de aumento salarial de 20 euros. Diz, por outro lado, que a única proposta que recebeu foi de cinco euros e abertura para discutir a redução do horário semanal para 35 horas.

Manuel Oliveira criticou duramente outro sindicato regional, o STRMM, acusando-o de ter “o desplante” de ofender trabalhadores e de tentar desmobilizar a luta. Oliveira vinca que o aconteceu veio dar razão ao SNMOT quando diz que existe “promiscuidade” e “compadrio” entre o poder político e os sindicatos da Madeira.

“Se o governo da Madeira e se este pseudo sindicato acham que os trabalhadores comem gelados com a testa estão muito enganados”, remata.

Quanto à adesão à greve de 48 horas que arrancou hoje, Manuel Oliveira optou por não revelar percentagens, mas garantiu que a mobilização é grande.

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