As autoridades sírias anunciaram hoje a detenção de seis pessoas, incluindo o líder de uma célula do Estado Islâmico, implicadas no ataque suicida a uma igreja ortodoxa em Damasco em que morreram pelo menos 25 pessoas.
Segundo o Ministério do Interior, outras duas pessoas implicadas no ataque à Igreja de Santo Elias no domingo foram mortas durante uma operação de segurança contra células da organização terrorista Daesh (sigla em árabe para Estado Islâmico).
O Presidente interino sírio, Ahmad al-Charaa, tinha prometido levar à justiça todos os envolvidos no “hediondo” ataque, condenado pelas Nações Unidas e por muitos países, incluindo os Estados Unidos e a França, e que reacendeu a preocupação entre as minorias no país.
Segundo o Ministério do Interior, foram detidos na operação vários criminosos envolvidos no ataque e apreendidos “cintos explosivos, minas prontas a serem detonadas e uma moto-bomba”, num esconderijo na região de Damasco.
“Estas operações resultaram em confrontos durante os quais o líder da célula e cinco membros foram detidos, enquanto outros dois foram mortos: um era o principal planeador da entrada do bombista suicida na igreja, o outro também estava a preparar um ataque terrorista num bairro da capital”, acrescentou o ministério.
Ainda de acordo com as autoridades sírias, o ataque matou pelo menos 25 pessoas e feriu 63 outras, no centro da capital síria, depois de um homem ter entrado numa igreja, feito disparos e de seguida ter acionado um colete com explosivos.
O secretário-geral da ONU condenou hoje o ataque terrorista de domingo contra a igreja em Damasco, e exigiu que os responsáveis sejam responsabilizados.
António Guterres expressou as condolências às famílias das vítimas e reiterou que todos os perpetradores de terrorismo devem ser responsabilizados, de acordo com um comunicado.
O líder da ONU pediu ainda uma investigação completa ao ataque do grupo extremista Estado Islâmico do Iraque e do Levante (ISIL).
O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Paulo Rangel, condenou hoje o ataque de domingo a uma igreja em Damasco, capital da Síria, que fez pelo menos 25 mortos, pedindo respeito pela diversidade religiosa.
Numa mensagem na rede social X, Rangel manifestou “solidariedade às vítimas e às suas famílias”, dizendo que é essencial que transição de poder na Síria seja orientada pelo respeito pela diversidade religiosa e pela inclusão de todas as comunidades.
O ataque – que também foi condenado por muitos países e pela ONU – é o primeiro do género desde a queda do ex-presidente Bashar al-Assad, em dezembro, derrubado por uma coligação de fações rebeldes islamitas lideradas por Al-Chareh.
Durante os quase 14 anos de guerra civil na Síria, igrejas foram danificadas e ocorreram ataques perto de locais de culto cristãos, mas nenhum atentado suicida foi perpetrado no interior de uma igreja, de acordo com a organização não-governamental Observatório Sírio dos Direitos Humanos.
A segurança continua a ser um dos maiores desafios para as autoridades sírias, que estão a ser convocadas pela comunidade internacional para proteger as minorias e incluí-las no processo de transição.
O Presidente sírio Ahmad al-Chareh prometeu hoje levar à justiça os envolvidos no ataque a uma igreja em Damasco.
“Trabalharemos dia e noite para prender todos aqueles que participaram ou planearam este crime hediondo e levá-los à justiça para que recebam o castigo que merecem”, disse Al-Chareh em comunicado, pedindo “solidariedade e unidade”.
O líder sírio condenou o ataque, alegando que se tratou de um atentado contra “pessoas inocentes seguras nos locais de culto”, acrescentando que este episódio “lembra a importância da solidariedade e da unidade — Governo e povo — perante tudo o que ameace a segurança e a estabilidade da pátria”.