O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse hoje que continua determinado em recuperar os reféns mantidos na Faixa de Gaza, mas “ainda vai demorar algum tempo”, após a abertura de uma nova frente militar com o Irão.
“Estamos determinados em trazer todos de volta e teremos sucesso”, afirmou em conferência de imprensa, no seguimento dos bombardeamentos norte-americanos na última madrugada no Irão e de uma nova vaga de ataques israelitas contra a República Islâmica.
O chefe do Governo israelita argumentou que a campanha militar de Israel contra o Irão, iniciada em 13 de junho, estava a contribuir para a realização dos seus objetivos da guerra na Faixa de Gaza contra o grupo islamita palestiniano Hamas, aliado de Teerão, incluindo a libertação dos reféns.
O Hamas admitiu na sexta-feira libertar todos os reféns na Faixa de Gaza, se houver garantias do fim da “guerra genocida” no enclave palestiniano.
Um alto responsável dos islamitas, Sami Abu Zuhri, declarou que o Hamas está disponível para “libertar todos os prisioneiros num só grupo”, se houver “garantias internacionais” quanto ao fim da ofensiva, de acordo com o jornal palestiniano Filastin.
Israel relançou a sua ofensiva na Faixa de Gaza em 18 de março, quebrando o cessar-fogo em vigor.
Na semana passada, o Fórum de Familiares de Reféns acusou Benjamin Netanyahu de abandonar as negociações no Qatar sobre o conflito na Faixa de Gaza ao lançar o ataque contra o Irão, justificado pela criação iminente de uma arma nuclear, o que é refutado por Teerão.
“Isto contradiz todos os valores de responsabilidade e solidariedade para com aqueles que definham nos túneis da morte do Hamas”, criticou o Fórum em comunicado, a respeito da situação dos reféns israelitas que se encontram há 20 meses em posse do grupo islamita palestiniano.
Para a organização, trata-se de uma “indiferença flagrante e dolorosa” em relação a um assunto urgente que “não pode esperar mais um segundo”.
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada em 07 de outubro de 2023, após um ataque do Hamas em solo israelita, que fez cerca de 1.200 mortos, na maioria civis, e mais de 200 reféns.
Dos reféns ainda detidos pelo Hamas e outras milícias na Faixa de Gaza, apenas 20 estão vivos, segundo dados do Governo israelita.
Em retaliação, Israel lançou uma operação militar na Faixa de Gaza, que já atingiu os 56 mil mortos nas últimas horas, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, e provocou a destruição de quase todas as infraestruturas do território e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.
As negociações entre as partes, mediadas pelo Qatar, Egito e Estados Unidos, têm sido inconclusivas desde que Israel quebrou o cessar-fogo em vigor no final de março.