O Livre expressou hoje, em comunicado, a sua “profunda preocupação com a banalização e a tentativa de branqueamento das declarações ofensivas” proferidas por Eduardo Jesus.
“Estas palavras, proferidas num espaço institucional e democrático, configuram uma violação inaceitável do respeito devido entre representantes eleitos e atentam contra a dignidade do Parlamento, especialmente quando dirigidas a mulheres, com uma carga discriminatória e misógina”, considera o Livre, vincando que “não pode haver impunidade”.
De acordo com o partido, a imunidade institucional ou o silêncio político “não podem servir de escudo a comportamentos ofensivos, sexistas e antidemocráticos”, além de que o presidente do Governo Regional da Madeira, único com competência para exonerar o secretário regional em causa, “tem também ele um histórico de atitudes e declarações públicas que desrespeitam sistematicamente a oposição, ativistas e qualquer cidadão que ousa criticar”.
O partido liderado por Marta Sofia frisa que o exemplo de que as instituições e os seus representantes dão têm consequências diretas fora dos corredores do poder. “Ao tolerar ou proteger este tipo de comportamento, está-se a legitimar o discurso de ódio, a normalizar o insulto como ferramenta política e, mais grave ainda, a reforçar o discurso misógino contra as mulheres na sociedade civil. Esta cultura de violência verbal e de desvalorização do outro abre espaço para formas cada vez mais agressivas de exclusão e silenciamento”, critica.
Por fim, o partido apela à comunicação social para que mantenha o foco na gravidade do momento. “O que está em causa é mais do que um insulto: é o respeito pelas instituições, pelos valores democráticos e pelos direitos fundamentais de representação, igualdade e participação”, remata.