O secretário regional de Turismo e Cultura, que ontem protagonizou um momento de tensão no hemiciclo, usando linguagem pouco convencional na dialética com duas deputadas socialistas e um deputado do JPP, vem agora defender-se, mas sem nunca pedir desculpa.
Diz que as expressões que usou constam no dicionário e que é preciso ter a “noção do contexto”, relembrando-se que a situação ocorre em plena discussão do orçamento na especialidade para 2025, quando um microfone, por desligar, acabou por captar as palavras – não reproduzíveis nesta página – pelo governante e que agora ecoam nas redes sociais.
“O importante neste episódio é, acima de tudo, ter a noção do contexto. E as coisas ocorrem enquadradas numa sequência de acontecimentos. Naturalmente que, por qualquer intenção, isolou-se uma reação da causa dessa reação”, justificou assim Eduardo Jesus.
Em declarações públicas, o governante alegou que a sua intervenção foi uma reação a uma acusação que considera “grave” e “injusta”.
A polémica surgiu após uma deputada ter responsabilizado dirigentes do Instituto das Florestas e Conservação da Natureza (IFCN) pelos incêndios que têm afetado a Madeira. Eduardo Jesus considerou essa afirmação “criminosa” e defendeu o trabalho desenvolvido por esses profissionais na mitigação dos efeitos das alterações climáticas.
O secretário regional também chamou a atenção para a dinâmica própria do debate parlamentar, onde os apartes fazem parte da cultura política e são protegidos por lei.
“O ambiente parlamentar tem características próprias. Os apartes parlamentares existem na Madeira, nos Açores, a nível nacional, em qualquer parlamento e há uma determinada cultura política ou partidária parlamentar que é permissível a esses mesmos apartes”.
“Para além de que o termo utilizado está ao acesso de qualquer um de nós no dicionário de língua portuguesa, os termos que eu utilizei estão no dicionário da língua portuguesa e, como se pode ver, são adjetivos que nós, com muita regularidade, utilizamos e que o léxico popular utiliza frequentemente”.