Chega apelida Caixa Geral de “instrumento de abuso e exploração”

O deputado Francisco Gomes acusou hoje a Caixa Geral de Depósitos (CGD) de ser “um instrumento de abuso e exploração dos cidadãos portugueses”, depois de a instituição bancária pública ter apresentado, em 2024, lucros de 1.735 milhões de euros.

Para o parlamentar do Chega, este valor “é obsceno e imoral”, sobretudo quando resulta de comissões bancárias, taxas de serviço e critérios de gestão idênticos aos praticados pela banca privada a operar em Portugal.

“A Caixa não está a servir o povo. Está a sugar o povo! Lucra como os bancos privados, cobra como os bancos privados – e ainda tem a bênção do Estado para o fazer. Isto é uma traição à missão de um banco público”, afirma o deputado madeirense, denunciando que, “longe de funcionar como um agente regulador do sistema financeiro, a CGD passou a ser o seu maior incendiário, legitimando práticas de rentabilidade abusiva e funcionando como escudo institucional da banca comercial, em vez de forçar uma baixa de preços, taxas e comissões que beneficiasse os consumidores”.

O deputado afirma que, com esta postura, a CGD “não apenas falha o seu dever público, como se transforma num parceiro direto de um modelo económico que penaliza os mais fracos, em especial famílias e pequenas empresas, que enfrentam todos os meses encargos bancários elevadíssimos e sem qualquer alternativa real”.

“O Estado devia garantir acesso justo a serviços financeiros. Em vez disso, permite que a sua própria Caixa se transforme num banco predador — igual ou pior que os outros. Isto é uma vergonha e apenas pune os portugueses”, adita, responsabilizando o governo da República por “permitir esta orientação comercial agressiva de um banco público, ao invés de assegurar que a CGD atue com uma missão social clara, ao serviço da economia nacional, da coesão territorial e da proteção das famílias”.

“Lucros públicos à custa da exploração privada não são progresso — são uma vergonha! É por isso que os portugueses já não confiam nem no governo nem nos seus bancos. Este sistema está todo podre!”, critica.

O deputado conclui que o Chega “não deixará de expor este tipo de injustiça” e exige um novo modelo para a CGD, centrado na sua função pública e no alívio da carga financeira que sufoca os portugueses. A Caixa, afirma, “tem de deixar de ser cúmplice dos abusos bancários e voltar a ser um verdadeiro instrumento nacional”.

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