O grande pensador grego Heródoto, considerado o pai da história, recomendava-nos a “pensar o passado para compreender o presente e idealizar o futuro”.
Numa semana intensa e importante do ponto de vista político na Madeira e em Portugal, julgo que é de toda a pertinência analisar estes factos de forma faseada.
Em primeiro lugar: a discussão da proposta de Orçamento 2025 para a Região Autónoma da Madeira. Iniciou-se esta segunda-feira no Parlamento Regional; uma discussão com 6 meses de atraso, que vem repor a normalidade na vida dos madeirenses e portossantenses. Uma oposição irresponsável e egocêntrica aqui nos trouxe e assim o quis! Os mesmos que votaram contra a proposta de Orçamento em dezembro de 2024 e aprovaram uma Moção de Censura apresentada pelo Chega, agora, sem argumentos, abstêm-se. É caso para fazerem mea culpa e pedirem desculpa à região por todo o atraso e transtorno na nossa vida coletiva.
Em segundo lugar: a discussão do Programa de Governo de Luís Montenegro na Assembleia da República. Um país em suspenso desde a rejeição da moção de confiança, uma maioria relativa com o resultado de 18 de maio e um novo ministério que pretende reformar e mudar décadas de atraso conjetural, numa nação que desespera e precisa urgentemente de dar passos firmes e decididos.
Em terceiro lugar: as eleições autárquicas. Este sufrágio tem assumido cada vez mais importância no contexto político porque permite a escolha dos representantes locais, responsáveis por gerir os assuntos do dia a dia de cada município e freguesia. Esta proximidade com os cidadãos torna as eleições autárquicas um espaço privilegiado para a participação democrática e a tomada de decisões que afetam diretamente a vida das comunidades locais. O poder local, exercido pelas autarquias, é fundamental para o desenvolvimento sustentável e equilibrado de cada região e são uma oportunidade para definir prioridades e projetos que promovam o bem-estar da comunidade. Ao escolherem os seus representantes, os cidadãos têm a oportunidade de influenciar as decisões que afetam de forma direta as suas vidas, e cada vez mais estas escolhas são feitas tendo por base a proximidade pessoal e comunitária, delegando muitas vezes a cor partidária para um segundo plano.
As eleições autárquicas também permitem que os cidadãos avaliem o desempenho dos seus representantes e apurem responsabilidades, promovendo uma gestão mais transparente e eficiente dos recursos públicos.
A autonomia do poder local, contribui para o fortalecimento da democracia, descentralizam o poder e permitem que os cidadãos participem mais ativamente da vida política.
No passado dia 3 de junho, após reunião da Comissão Política Regional do PSD Madeira, foi notícia que serei candidata às eleições autárquicas deste ano à Câmara Municipal de Santana; é sem sombra de dúvida um grande desafio, o qual, após ponderação, aceitei.
Aceitei este desafio porque acredito verdadeiramente que é possível haver uma mudança política em Santana e um novo modelo de governação autárquica: mais próximo, menos burocrático, mais eficiente. Acredito que o poder local deve ser a primeira porta de contacto com o cidadão e deve ser cada vez mais valorizado, mas sobretudo, acredito que o diálogo, a moderação e a negociação com os diferentes órgãos de poder local e regional podem beneficiar a população do concelho de Santana. Com responsabilidade, humildade e muita vontade de trabalhar e de contribuir para o presente, mas de olhos postos no futuro, cá estarei a cumprir a esta missão democrática.