Portugal 2025
Portugal, 2025. Sim, 2025, não 1975 nem 1965.
No dia de Portugal, o dia de celebração de um país que é de brandos costumes, que se expandiu nos séculos passados e enfrentou guerras noutros continentes alimentados por um regime bacoco e egoísta. Um país em que a fome era evidente e a iliteracia cobria quase todo o território. Um país plantado à beira-mar e que se reergueu vezes sem conta, que resistiu a inúmeras invasões e que se orgulha de ter a aliança mais antiga do planeta.
Mas em 2025, um ator foi alvo de uma agressão por um grupo de neonazis. Em 2005, também no dia de Portugal, assassinaram um cidadão português apenas por ter uma cor diferente. O mesmo grupo, que passados poucos dias atacaram voluntárias que distribuíam comida no Porto. Os mesmos que agrediram um homem, ainda este fim de semana, em Guimarães.
E ainda houve um carro incendiado com pessoas dentro, por causa de clubite dos eucaliptos.
Mas a culpa é dos imigrantes. A culpa é de todos menos nossa…
Não consigo ficar indiferente ao branqueamento que tem surgido nos últimos tempos na comunicação social, comentadores, opininadeiros, e paineleiros, e outros que se acham os donos da verdade e supra-sumos da moralidade, em que começaram por normalizar um partido, claramente, racista, homofóbico, transfóbico, xenófobo (só com aqueles que têm sotaque e uma cor diferente), entre outras coisas. Começaram com o tempo de antena dado a um líder sem pelouro, sem relevância qualquer, que aproveitou esse para debitar as besteiras de lá, de Bannon a Dugin, adaptando teorias de conspiração do QAnon para Portugal, e isto tudo foi feito com a conveniência de uma comunicação social e de um jornalismo que se esquece de fazer o seu trabalho.
Entretanto a extrema-direita deixou de ser extrema-direita e passou a ser direita radical, mais uma opção de cosmética feita com a devida anuência das audiências. Extrema-Direita é um termo demasiado nazista e se adicionássemos o Nova antes, remetia para o neonazismo, é melhor continuar assim, enquanto ainda têm mais para crescer.
Se isto continua, daqui a dias discutimos o conteúdo escolar e a relevância das disciplinas de história ou do que quer que seja que se aproxime da cultura.
Israel e a carta branca passada pelo ocidente
No médio oriente, Israel é o único país que o ocidente aceita que se defenda. Os restantes, se forem reduzidos a pó, não há problema. Gaza e a Palestina continuam a ser alvos de um genocídio em direto justificado pela premissa que Israel tem o direito a se defender. Até Haia já considerou as suas ações ilegais, mas nós no ocidente não queremos saber porque Israel tem o direito de se defender. Porquê? Ah, o Irão tem armas nucleares. E por isto, Israel tem o direito a atacar. Mas não era o direito a se defender? Sim, mas a atacar também. Mas Israel também tem armas nucleares…
O lugar do regime israelita é num banco em Haia.
Esta não é uma declaração contra os judeus — é exatamente aí que muitas vezes a lógica se perde. Esta é uma declaração contra o regime israelita, que procura aniquilar os seus vizinhos com a conveniência do ocidente.
Decadência civil do outro lado do Atlântico
A guerra civil está perto, alimentada por um movimento criado pelo atual presidente americano. Os senadores são silenciados, por quererem colocar perguntas, os governadores e “mayores” ameaçados. Só falta, de um dia para o outro, assistirmos a uma “noite das facas longas”. Mas o povo começa a revoltar-se. O 4 de julho está à porta e a tensão aumenta quase ao ponto de não retorno. E este é o homem que nós chamámos de líder do mundo livre.