‘Voluntários da Esperança’ realizaram ação no norte da Madeira

Vinte e dois voluntários participaram no domingo, 15 de junho, numa ação de controlo de espécies invasoras no norte da ilha, numa iniciativa promovida pelo Projeto Wild FF em parceria com o Instituto das Florestas e Conservação da Natureza (IFCN).

A atividade estava inicialmente prevista para a Levada dos Cedros, mas, como esta se encontra oficialmente encerrada, os participantes optaram por “explorar a orla da floresta do Fanal, ao longo de uma estrada florestal”. A nota partilhada pela Escola Secundária de Francisco Franco (ESFF) explica que, nesta sessão, “a principal espécie visada seria o feto-arbóreo-australiano”, tendo sido encontrados “bastantes espécimes ao longo do percurso, em especial nas margens dos ribeirinhos que galgam estas serras em direção ao mar”.

Seis voluntários, orientados pelo biólogo Hugo Silva, registaram 27 espécies invasoras. Os restantes dedicaram-se à remoção manual de várias plantas, incluindo as crocósmias — que “invadem as clareiras, sobrepondo-se a uma grande variedade de plantas nativas” —, as intrometidas, os brincos-de-princesa e o maracujá-banana, que “cobrem as copas das árvores, impedindo o seu crescimento”.

A nota refere ainda que foi com satisfação que os voluntários anotaram a eliminação de “sebes de carqueja que já há alguns anos vinham cerrando fileiras e ameaçavam obstruir o caminho”. Segundo os participantes, esta remoção permitiu “libertar a paisagem”, tornando mais visível a vegetação autóctone como os seixeiros, a erva-redonda, os fetos e as árvores da Laurissilva.

Durante o percurso, as três crianças que integraram o grupo também participaram de forma ativa. “Os brinquedos? Paus, poças e lama nalguns locais, grinaldas e coroas feitas de flores, o desafio das rochas, rochedos e regaços de água do leito dos ribeiros.” A nota destaca ainda o momento em que “a Matilde, 8 anos, lança pelo ar uma croscómia arrancada, que desenha um arco e gira como um foguete”, explicando depois que “as socas indicam a idade da planta – uma por cada ano”.

A caminhada permitiu também o contacto com marcas do passado rural da Madeira: “Encontrámos as ruínas de algumas construções em pedra, vestígios da exploração agrícola há muito abandonada.”

No final, com “toalha estendida sobre os calhaus do Ribeiro da Ponte”, o grupo partilhou uma refeição ligeira e refletiu sobre a experiência. “A floresta nativa presente na área observada é bela e pujante, apesar da concorrência de uma diversidade de espécies invasoras. A floresta Laurissilva, esta floresta à qual devemos tanto, regressa e expande-se no território que é dela por direito, até mesmo sob eucaliptos monumentais…” concluiram.

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