Suspeito de matar congressista norte-americana capturado no Minnesota

“Após dois dias de caça ao homem e de duas noites sem dormir, as forças da ordem detiveram Vance Boelter”, anunciou o governador de Minnesota, Tim Walz, numa conferência de imprensa no domingo à noite.

O homem suspeito de assassinar uma congressista do Minnesota e de tentar matar um senador estadual foi detido, no domingo à noite, numa zona rural daquele estado do norte do país, anunciaram as autoridades locais.

“Após dois dias de caça ao homem e de duas noites sem dormir, as forças da ordem detiveram Vance Boelter”, anunciou o governador de Minnesota, Tim Walz, numa conferência de imprensa no domingo à noite.

Este duplo ataque a dois funcionários democratas chocou a classe política daquele estado relativamente tranquilo e causou choque entre as autoridades em todo o país, numa altura de tensão política entre democratas e republicanos.

Centenas de polícias encontravam-se desde sábado de manhã à procura de Boelter, acusado de se disfarçar de polícia para matar, nas respetivas casas, nos subúrbios de Minneapolis, Melissa Hortman e o marido, bem como de ter ferido gravemente o senador estadual John Hoffman e a mulher.

Embora estivesse armado, foi detido “sem se recorrer à força”, disse Jeremy Geiger, da polícia do Minnesota.

A fuga terminou no domingo à noite na localidade de Green Isle, a mais de uma hora a oeste de Minneapolis, informaram as autoridades à imprensa, acrescentando que o homem estava a ser interrogado.

Um carro ligado a Vance Boelter foi encontrado no domingo nesta zona, e cerca de uma centena de polícias, bem como meios aéreos, foram destacados para as buscas.

“Esta foi a maior caça ao homem” da história do Minnesota, disse à imprensa Mark Bruley, chefe da polícia de Brooklyn Park, cidade nos subúrbios de Minneapolis, onde Melissa Hortman e o marido foram mortos.

O senador John Hoffman, gravemente ferido com nove tiros e operado várias vezes durante o fim de semana, “está a recuperar”, acrescentou Tim Walz no domingo à noite.

O governador, companheiro de corrida de Kamala Harris nas últimas eleições presidenciais, apelou para que “este ato hediondo” não “se torne a norma”.

“Esta não pode ser a forma de resolver as nossas diferenças políticas”, acrescentou o democrata, que conhecia bem Melissa Hortman.

Um caderno com uma lista de representantes eleitos, incluindo os dois alvos e outras figuras políticas do estado, foi encontrado dentro do veículo.

A senadora Amy Klobuchar disse no domingo estar “preocupada com todos” os líderes políticos, após este ataque.

“Havia uma ligação com o aborto, devido aos grupos” presentes na lista — incluindo clínicas de aborto, segundo os meios de comunicação — encontrada no carro do suspeito, acrescentou a responsável numa entrevista à NBC.

Melissa Hortman, 55 anos e mãe de dois filhos, foi presidente da Câmara dos Representantes do Minnesota, sendo a proteção do direito uma prioridade.

“Precisamos de diminuir a tensão” política, insistiu Amy Klobuchar na CNN.

Este ataque ocorreu num país cada vez mais dividido, entre o envio de soldados para Los Angeles, para reprimir protestos, o desfile militar promovido pelo Presidente norte-americano, em Washington, e as manifestações anti-Trump em todo o país.

Donald Trump escapou a duas tentativas de homicídio durante a campanha eleitoral, incluindo uma durante um comício, em julho passado, na Pensilvânia.

Questionado no domingo de manhã por uma jornalista da ABC sobre a situação no Minnesota e se Trump pretendia ligar para Tim Walz, antigo adversário político, o dirigente respondeu: “É terrível. Acho que ele é um péssimo governador, completamente incompetente. Mas poderia ligar-lhe, assim como poderia ligar a outras pessoas”.

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