Venezuela realizou exercícios com mísseis antiaéreos de fabricação russa

Nicolás Maduro convocou hoje a população e todas as estruturas de segurança e de governo a participarem de um Simulacro Nacional de Proteção Civil.

As autoridades venezuelanas realizaram vários exercícios militares de defesa da soberania que incluíram o destacamento de vários sistemas de mísseis antiaéreos de fabrico russo.

Os exercícios decorrem num momento de crescentes tensões entre a Venezuela e os EUA, país que enviou barcos de guerra e oficiais para as Caraíbas, numa operação de combate ao narcotráfico.

Um vídeo divulgado pelas autoridades venezuelanas dá conta do momento em que os sistemas de mísseis antiaéreos S-125 Pechora – 2M, de fabrico russo, foram instalados no Cabo de San Román, no estado costeiro venezuelano de Falcón, 550 quilómetros a oeste da cidade de Caracas.

Segundo a imprensa local, os mísseis antiaéreos S-125 foram disparados a partir de rampas de lançamento fixas, mas que podem ser realocadas, sendo necessário aproximadamente um minuto para as carregar.

Este sistema utiliza dois radares, o primeiro deles, o P-15 “Flat Face”, de aquisição em UHF com antenas parabólicas e com um alcance de 250 quilómetros. O segundo é um radar “Low Blow”, de rastreamento do alvo e orientação do míssil com 85 quilómetros de alcance.

A Venezuela adquiriu, em 2011, pelo menos 24 sistemas S-125 Pechora-2M.

Os exercícios têm lugar depois de, na noite da passada quinta-feira, oficiais das Forças Armadas Bolivarianas da Venezuela (FANB) praticarem o lançamento de mísseis antiaéreos na comunidade de Los Puertos de Altagracia, no estado venezuelano de Zúlia, 670 quilómetros a oeste da capital.

Ainda no estado de Falcón, as Forças Armadas Bolivarianas da Venezuela realizaram exercícios de desembarque anfíbio e testaram outros projéteis antiaéreos na localidade de Cabo San Román, península de Paraguaná.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, convocou hoje a população e todas as estruturas de segurança e de governo a participarem de um Simulacro Nacional de Proteção Civil e Preparação no âmbito da fusão civil-militar-policial pela paz no país.

Em 20 de setembro último a Venezuela realizou seis “marchas marítimas” de pescadores alistados na “Milícia Pesqueira” nos estados venezuelanos de Anzoátegui, La Guaira, Miranda, Falcón, Nueva Esparta, Zulia, Aragua e Sucre, em resposta à mobilização de Estados Unidos nas Caraíbas

As tensões entre a Venezuela e os Estados Unidos aumentaram em agosto, depois de o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter ordenado o envio de navios de guerra para as Caraíbas, para águas internacionais próximas do país sul-americano, argumentando com a luta contra os cartéis de droga da América Latina.

Ainda em setembro, os EUA anunciaram ter atacado quatro barcos que transportavam droga, causando a morte de pelo menos 14 pessoas, alegados “narcoterroristas”, membros do Tren de Aragua, um cartel venezuelano estabelecido em vários países e classificado como organização terrorista pelo Presidente norte-americano.

Os Estados Unidos acusam o Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, de liderar o Cartel dos Sois, de tráfico de droga, e recentemente aumentou a recompensa por informações que levem à sua captura para 50 milhões de dólares (cerca de 43 milhões de euros).

Nicolás Maduro denunciou a presença militar norte-americana junto à costa venezuelana e negou qualquer ligação com o narcotráfico.

Nas últimas semanas, Maduro apelou à população para que se aliste na milícia, um corpo altamente politizado, criado pelo falecido Presidente Hugo Chávez, assim como anunciou um plano de defesa e o envio de 25.000 membros das forças armadas para as fronteiras.

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