Médio Oriente: Situação em Gaza é “um pesadelo humanitário” afirma ministro alemão

O chefe da diplomacia da Alemanha defende que deve haver um futuro “em liberdade e dignidade para todos” no Médio Oriente.

O ministro dos Negócios Estrangeiros alemão classificou hoje a situação em Gaza como um “pesadelo humanitário”, um “inferno na Terra”, e reiterou o apoio a uma solução de dois Estados, na sua intervenção perante a Assembleia Geral da ONU.

“Esta guerra deve terminar. Os reféns devem ser libertados. A existência e a segurança de Israel farão sempre parte da nossa razão de Estado”, afirmou o ministro Johann Wadephul, num discurso breve no qual substituiu o chanceler Friedrich Merz, cuja ausência na Assembleia Geral das Nações Unidas foi alvo de críticas na Alemanha.

O chefe da diplomacia da Alemanha disse que deve haver um futuro “em liberdade e dignidade para todos” no Médio Oriente e que a única solução viável passa por “dois Estados para dois povos”.

O ministro também se referiu às sanções das Nações Unidas contra o Irão, cuja reimposição foi desencadeada pela Alemanha, França e Reino Unido e que entrarão em vigor ainda hoje.

Wadephul acusou o Irão de gerir uma rede de forças armadas malignas que desestabilizam o Médio Oriente e de desenvolver um programa nuclear que “vai além de qualquer uso civil plausível” e justificou o recurso ao mecanismo de sanções pelo facto de Teerão não cumprir os acordos sobre este assunto.

O ministro enfatizou, contudo, que a Alemanha e outros países europeus continuam “abertos a negociações sobre um novo acordo” relativo ao programa nuclear do Irão, e que “a diplomacia pode e deve continuar”.

A invasão russa da Ucrânia também foi tema do discurso, com o chefe da diplomacia alemão a afirmar que esta agressão demonstra o desprezo de Moscovo pela mais fundamental das regras da carta da ONU, a obrigação de renunciar ao uso da força.

Wadephul pronunciou-se ainda sobre a necessidade de uma reforma das instituições da ONU após 80 anos, porque “devem representar o mundo atual”.

O Conselho de Segurança deveria contar com mais membros permanentes e não permanentes, defendeu, e os lugares permanentes deveriam ser atribuídos a regiões sub-representadas, como África, Ásia e América Latina.

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