O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, acusou Israel de tentar “explodir” o Médio Oriente, durante o seu discurso hoje nas Nações Unidas.
“O uso ilegal da força por Israel contra os palestinianos e as suas ações agressivas contra o Irão, o Qatar, o Iémen, o Líbano, a Síria e o Iraque ameaçam fazer explodir todo o Médio Oriente”, disse, intervindo no debate geral da 80.ª Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque.
Moscovo, referiu, “condena veementemente o ataque de 7 de outubro de 2023 contra civis israelitas” pelo movimento islamita palestiniano Hamas, que fez cerca de 1.200 mortos e 251 reféns.
No entanto, sublinhou, “não há justificação para os brutais assassinatos de civis palestinianos ou para ataques terroristas”, considerando a ação das forças israelitas uma “punição coletiva” para os palestinianos – desde o início da ofensiva israelita, quase 66 mil pessoas foram mortas na Faixa de Gaza.
Serguei Lavrov rejeitou igualmente planos israelitas de anexar a Cisjordânia.
“Na realidade, trata-se essencialmente de uma tentativa de golpe de Estado com o objetivo de enterrar as decisões da ONU sobre a criação de um Estado palestiniano”, disse.
O chefe da diplomacia russa criticou ainda os países ocidentais – incluindo Portugal – que esta semana reconheceram oficialmente o Estado da Palestina, uma intenção que, recordou, “anunciaram há muitos meses”.
“A pergunta que se levanta é: por que é que demoraram tanto?”, questionou, acrescentando de seguida: “Parece que esperavam que, pela altura da sessão da Assembleia-Geral, já não sobrasse nada e não houvesse nada para reconhecer”.