O Fórum das Famílias dos Reféns em Gaza condenou hoje os comentários do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, na ONU, quando disse que queria “terminar o trabalho” contra o Hamas, afirmando que isso coloca os reféns em perigo.
“Todos os dias que a guerra continua, os reféns vivos estão em maior perigo e a recuperação dos corpos daqueles que foram assassinados está comprometida”, sublinhou o Fórum num comunicado.
“Netanyahu tem desperdiçado todas as oportunidades de os trazer para casa”, acrescentou.
Israel “quer terminar o trabalho” contra o Hamas “o mais rapidamente possível”, numa Faixa de Gaza devastada por quase dois anos de guerra, declarou Netanyahu, intervindo no debate geral na 80.ª Assembleia-Geral das Nações Unidas.
Netanyahu, que instruiu o exército israelita para colocar altifalantes junto à fronteira com o enclave palestiniano durante o seu discurso em Nova Iorque, leu também os nomes de alguns reféns detidos em Gaza, provocando a indignação do Fórum das Famílias dos Reféns.
“Enquanto o Presidente (norte-americano) Donald Trump reconhece sistematicamente todos os reféns, vivos e mortos, Netanyahu escolheu ler apenas os nomes dos reféns vivos”, lamentou o Fórum.
“As famílias dos 48 reféns estão indignadas com esta omissão. Há 48 reféns em Gaza, não 20”, afirma o comunicado.
Das 251 pessoas raptadas durante o ataque do Hamas a Israel em 07 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra na Faixa de Gaza, 47 continuam detidas em Gaza, 25 das quais são consideradas mortas pelo exército israelita.
O Hamas detém também os restos mortais de um soldado israelita morto numa guerra anterior em Gaza, em 2014.
“Palavras sem ação não têm significado”, continuou o Fórum.
“Chegou a hora de honrar a vontade do povo, atender ao apelo do Presidente Trump e chegar a um acordo imediato para trazer de volta os 48 reféns e acabar com esta guerra antes que seja tarde demais”, acrescenta o comunicado.
Vários familiares dos reféns têm manifestado o seu descontentamento com a pressão militar aplicada na Faixa de Gaza por decisão do Governo de Netanyahu, considerando que coloca em risco todos os que ainda estão detidos pelo Hamas.
Em Gaza, a retaliação de Israel aos ataques do Hamas, perpetrados em 07 de outubro de 2023, já provocou mais de 65 mil mortos, a destruição de quase todas as infraestruturas de Gaza e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.