Um profissional do setor do turismo denunciou hoje ao JM aquilo a que chama de “turismo de lixeira e selvagem”, afirmando que nunca tinha presenciado nada semelhante nos muitos anos de trabalho na área.
O caso ocorreu esta manhã no Pico Ruivo, onde grupos organizados de visitantes foram surpreendidos com sinais de degradação ambiental. “É como transformar a natureza, as nossas serras, numa casa de banho. Isto é impensável”, afirmou.
Segundo relatou, quando acompanhava um grupo de turistas, por volta das 11 horas, deparou-se com lixo espalhado e um cheiro desagradável em vários pontos do percurso. “Em muitos metros, a sujidade era bem visível. Isto não é deixado pelos grupos organizados, mas sim por turistas de rent-a-car, que dormem e acampam em qualquer lado”, reforçou.
Entre os resíduos encontrados estavam papéis sujos, guardanapos e até papel higiénico, situação que, segundo o profissional, “é uma vergonha e coloca em causa a saúde pública”.
O denunciante critica ainda a falta de intervenção das entidades competentes: “Ao contrário do que dizem os responsáveis, a situação está a piorar e coloca em risco a imagem da Madeira no exterior”.
Comparando com o período pré-pandemia, considerou que, nessa altura, “as caminhadas eram mais organizadas e tudo parecia mais harmonioso”. Agora, alerta, “há turistas que já apresentaram queixas e garantem que não voltam se este cenário persistir”.