Rui Caetano, candidato do PS à Câmara Municipal do Funchal, criticou a falta de planeamento da cidade do Funchal na área da mobilidade, dando como exemplo a construção da Cota 500 que serve hoje de “estacionamento” e de “pista de atletismo”.
O candidato defendeu a necessidade de retirar pressão automóvel da cidade e, para o efeito, quer “travar, completamente, a entrada de carros de rent-a-car na cidade do Funchal” e criar parques de estacionamento em áreas periféricas da cidade.
Atirando-se contra o negócio do aluguer de veículos por turistas, Rui Caetano disse que “são milhares e milhares de carros de rent-a-car que entram todos os dias na cidade e, às 10h00, ninguém consegue estacionar na cidade”.
“Os parques estão cheios. É preciso regular”, disse, sugerindo a quem aluga carros que “entre na cidade de transportes públicos”, “a pé” ou “como entenderem”, porque “em primeiro lugar estão os funchalenses”. Ao mesmo tempo, prometeu “retirar as centenas de carros que estão abandonados nas estradas”.
Já sobre as três prioridades que tem para a cidade, o candidato socialista considerou que a falta de “habitação é um problema”, e que não é possível continuar a assistir a “centenas e centenas ou milhares de pessoas a terem de sair da sua cidade porque não têm a mínima hipótese de arrendar ou adquirir uma habitação”.
O trânsito é a sua segunda prioridade. “Precisar de, em média, 10, 15 ou nalguns casos 30 minutos para atravessar o Funchal, é completamente inaceitável, e é a prova que não houve a intervenção que deveria ter havido”.
A insegurança é terceira. “Não podemos aceitar que as pessoas tenham receio de atravessar a cidade a partir das 19h00/19h30 da noite”, insurgiu-se, defendendo a polícia municipal e mais fiscalização.
Desenvolvendo o tema da habitação, denunciou que no Funchal “uma em cada cinco casas está sobrelotada” e prometeu executar os “cinco projetos” que o executivo de Miguel Silva Gouveia “deixou praticamente prontos”, mas que não avançaram no atual executivo.
Os cinco projetos já tinham “espaços garantidos, com projeto elaborado e financiamento garantido”. Eram 23 milhões de euros do Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana, mas o executivo PSD/CDS apenas construiu um projeto, o do Nazaré com 33 habitações. “Não avançaram as outras 172 habitações”, que o candidato socialista quer agora construir, se vencer, beneficiando, “entre 500 e 700 pessoas”.
“Esta câmara deitou no lixo 23 milhões de euros. É um facto”, sentenciou. Agora, serão precisas novas negociações com o instituto, mas o candidato admite até “avançar com recursos do orçamento da câmara” se não conseguir o financiamento perdido.
Defendeu ainda a construção de habitação pelas cooperativas de habitação, mas prometeu uma fiscalização do princípio até ao fim dos projetos.