O secretário regional da Agricultura e Pescas defendeu, hoje, a existência de gado na serra, mas com regras. Nuno Maciel falava na benção dos painéis instalados pela Junta de Freguesia da Calheta em homenagem aos trabalhadores que construíram as levadas.
O governante lembrou que não há agricultura sem água, não há pastorícia sem ambiente, não há desenvolvimento sem ambiente sustentado, que olha para o passado, e preserva para o futuro. O secretário regional da Agricultura e Pescas considerou, assim, que é possível continuar a haver gado na serra.
“O regime jurídico que nós temos na Região, permite que se possa ter gado na serra. Não permite gado na serra não identificado, sem regras, desordenado e sem vigilância. Mas é possível voltarmos a ter gado na serra”, afirmou o secretário regional. No entender de Nuno Maciel, era muito interessante que houvesse uma associação de criadores de gado que olhasse para estas matérias.
“Isto é possível, desejável e há fundos comunitários para apoiar estas iniciativas”, acrescentou Nuno Maciel.
Além de contribuir para a economia local, a atividade é também importante para o turismo. Adiante-se que
A Junta de Freguesia da Calheta promoveu a colocação de seis painéis de azulejo na zona de lazer da Caldeira, também conhecida como “Garagem”, no Rabaçal, junto ao acesso à vereda do Túnel do Cavalo.
Este túnel, hoje muito procurado por turistas, começou a ser construído em 1863 e foi concluído em meados de 1877. A sua função foi, desde então, permitir o transporte da água captada na Ribeira dos Cedros e nas 25 Fontes até ao concelho da Calheta, garantindo não só o consumo humano, mas também a irrigação dos terrenos agrícolas.
Nos painéis encontra-se inscrito um “tributo a todos os que arriscaram e perderam a vida durante a construção das levadas e túneis”, obras de enorme exigência que marcaram a história e o desenvolvimento da Região.
Os azulejos relembram também a importância da criação de gado ovino na Calheta, essencial para a produção de carne e lã. Recorde-se que as tradicionais tosquias realizadas no Lajeado, no Paul da Serra, eram momentos de grande convívio comunitário, transformando-se em verdadeiras festas que reuniam numerosas pessoas.