Andreas Mogensen sonha com Marte, mas ainda vê na ida à Lua o “feito mais incrível” do Homem

Depois de duas missões na Estação Espacial Internacional, o astronauta dinamarquês Andreas Mogensen sonha com a ida a Marte, mas ainda considera a ida à Lua o “feito mais incrível” do Homem.

Em 2015, Andreas Mogensen tornou-se o primeiro astronauta dinamarquês na missão IRISS e em 2023 regressou à Estação Espacial Internacional, que comandou durante seis meses.

A primeira missão do dinamarquês é agora retratada no filme “O Espaço Entre Nós”, do realizador português Miguel Gonçalves Mendes, cuja antestreia aconteceu no sábado em Santa Maria, nos Açores, onde Andreas Mogensen conheceu os 30 jovens que participaram na iniciativa “Astronauta por um dia”, da Agência Espacial Portuguesa.

“Para mim, era um sonho de infância que começou quando tinha 10 ou 11 anos. Sempre me fascinou a exploração e a ciência, e ser astronauta combina as duas coisas”, contou, em entrevista à agência Lusa.

No documentário sobre a concretização desse sonho, Andreas Mogensen confessa que o próximo objetivo é chegar a Marte, uma missão que aceitaria sem pensar duas vezes, mas o maior feito do Homem continua a ser aquele que o inspirou quando era criança.

“Até hoje, continuo a achar que aterrar na lua é o feito mais incrível do ser humano”, afirma, sublinhando que, desde então, o espaço tornou-se parte da sociedade.

“Temos trabalhado e desenvolvido ciência e tecnologia no espaço durante os últimos 25 anos. Quando olhamos para a sociedade moderna, a ciência é particularmente importante, porque muitos dos desafios que enfrentamos são desafios que só podem ser resolvidos através da ciência”, acrescenta.

No Atlântida Cine, em Vila do Porto, Santa Maria, o relato sobre a vida do astronauta durante aquele período foi visto por dezenas de jovens que, no dia seguinte, teriam a oportunidade de ser astronautas por um dia, num voo parabólico que lhes permitiu simular como é viver no espaço.

O sonho de criança do dinamarquês é também o sonho de alguns desses jovens e, por isso, durante a sessão com Andreas Mogensen as perguntas foram muitas e houve até quem quisesse saber se o astronauta tinha um plano B.

Ao contrário da sensação de ausência de peso que teriam no dia seguinte durante o voo parabólico, o conselho de Andreas Mogensen é que mantenham os pés assentes no chão.

“É bom ter um sonho, mas não se fixem demasiado nisso. Aproveitem todas as oportunidades que surgirem”, recomendou, partilhando a sua própria experiência, quando aceitou um emprego na indústria petrolífera à saída da universidade, sem imaginar que essa escolha seria, mais tarde, uma mais-valia.

Antecipando o voo parabólico, em que Andreas Mogensen também participou, ao lado dos estudantes, o astronauta espera que, acima de tudo, a oportunidade desperte o interesse dos jovens pela ciência e pela exploração.

“Nem todos têm de sonhar em ser astronautas, desde que se sintam fascinados com a ciência, com a engenharia e a tecnologia, desde que sintam curiosidade em explorar o mundo”, acrescentou.

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