O principal suspeito do desaparecimento de Madeleine McCann em 2007 numa estância balnear algarvia, Christian Brückner, saiu hoje da prisão na Alemanha depois de ter cumprido pena por violação noutro caso, divulgou a imprensa internacional.
Christian Brückner cumpria uma pena de sete anos resultante da sua condenação em 2019 pela violação de uma norte-americana de 72 anos em Portugal. Saiu hoje pela manhã da prisão em Sehnde, perto de Hannover, no norte da Alemanha.
A libertação de Brückner tornou-se possível depois de em junho um doador anónimo ter pago uma multa que o alemão tinha em dívida. O germânico tinha uma dívida por saldar de 1.446 euros, devido a condenação anterior, em 2015 e, caso não pagasse, teria pela frente mais 56 dias de prisão.
O procurador alemão Christian Wolters, que não conseguiu impedir a libertação devido à insuficiência de provas para garantir uma acusação no caso de “Maddie”, manifestou preocupação numa entrevista recente à agência de notícias AFP sobre a libertação de Brückner, um indivíduo que considera “fundamentalmente perigoso”.
A procuradoria alemã acredita que o suspeito de 48 anos é responsável pela morte da criança inglesa no Algarve, ainda que o caso nunca tenha sido esclarecido nem encontrado qualquer corpo.
Em 2020, a polícia alemã declarou Brückner como principal suspeito do alegado sequestro e suposto assassínio da criança, mas não se formalizaram quaisquer acusações.
No início de junho decorreram buscas na zona da Atalaia, em Lagos, pedidas pelas autoridades alemãs, no âmbito da investigação ao desaparecimento de “Maddie”.
Durante três dias, cerca de 30 inspetores da Polícia Judiciária e igual número de elementos da polícia germânica vasculharam edifícios em ruínas, cisternas e poços abandonados em dezenas de propriedades naquela zona, entre a praia de Porto de Mós e a vila da praia da Luz.
Christian Brückner recusou ser ouvido pela Polícia Metropolitana de Londres (‘Met’), informou na segunda-feira esta força policial. A ‘Met’ anunciou ter enviado uma carta rogatória internacional para interrogar o cidadão germânico de 49 anos, mas o pedido foi rejeitado.
O inspetor-chefe Mark Cranwell declarou que a polícia londrina vai continuar a investigação, mesmo sem o depoimento de Brückner.
“Durante vários anos colaborámos com os nossos colegas alemães e portugueses para investigar o desaparecimento de Madeleine McCann e ajudar a sua família a perceber o que aconteceu na noite de 03 de maio de 2007, na praia da Luz”, lamentou o detetive britânico.
Madeleine McCann desapareceu do apartamento de um aldeamento turístico no qual dormia com os irmãos gémeos, de dois anos, na Aldeia da Luz, no Algarve, em 03 de maio de 2007, enquanto os pais jantavam com amigos, a poucos metros de distância.