Carolina Pinto, Coordenadora Regional da CPCJ destaca aumento de sinalizações e revela que existe “uma sociedade cada vez mais violenta e, isso, acaba por refletir-se nas crianças e nos jovens”
A coordenadora regional das Comissões de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ), Carolina Pinto, explicou esta sexta-feira o funcionamento destas estruturas e apontou as principais problemáticas com que têm lidado nos últimos anos. A responsável pela CPJC falava no final da reunião com Paula Margarido, secretária regional da Inclusão, Trabalho e Juventude
“As entidades com competência em matéria de infância e juventude, como as escolas ou os serviços de saúde, são as primeiras a identificar situações de risco. Quando não conseguem resolver o problema, e há necessidade de aplicar uma medida de promoção e proteção, o caso deve ser sinalizado à comissão”, afirmou.
Segundo a responsável, “a comissão instaura o processo, avalia a situação de perigo, chama os pais e, sempre que a criança tenha 12 ou mais anos, também é ouvida. A partir daí, com base num diagnóstico, é definida a medida de promoção e proteção mais adequada”.
No ano de 2024, a maior parte das medidas aplicadas na Madeira foram de apoio junto da família e dos pais. “Em menor número, tivemos casos de acolhimento institucional e de acolhimento familiar”, adiantou a coordenadora.
Questionada sobre os riscos mais frequentes, foi clara: “As principais problemáticas que nos chegam continuam a ser a negligência, sobretudo nos cuidados de saúde e de educação. Em segundo lugar, temos a violência doméstica e, em terceiro, situações em que o próprio jovem adota comportamentos que põem em risco o seu desenvolvimento.”
A coordenadora confirmou também uma tendência de crescimento das sinalizações. “O relatório nacional já revelou esse aumento e o nosso relatório regional de atividades, que sairá em breve, segue a mesma linha. Em 2024 houve mais comunicações do que em 2023”, observou.
Sobre esse crescimento, admitiu que a leitura não é linear. “Claro que há uma sociedade cada vez mais violenta e isso acaba por refletir-se nas crianças e nos jovens. Mas também podemos ver o aumento de sinalizações como positivo, porque significa que a comunidade está mais atenta e não deixa passar situações de perigo.”