Adiamento da Rampa do Porto Moniz deixa pilotos indignados

Sérgio Jesus, um dos pilotos contactados pelo JM, deu a cara pela insatisfação transversal a muito dos concorrentes, e criticou também a ausência de justificações.

Está instalada nova polémica no Troféu Regional de Rampas, desta vez a envolver as datas da Rampa do Porto Moniz. Aquela que seria a próxima prova do calendário, a realizar precisamente daqui a uma semana, nos dias 19 e 20 de setembro, foi adiada para 24 e 25 de outubro e a decisão apanhou toda a gente de surpresa.

A notícia foi avançada esta sexta-feira pela RTP-Madeira, que avança com razões de força maior da organização. Também hoje o JM já tinha constatado a mudança das datas no sítio oficial da Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK), mas as várias tentativas para confirmar as alterações, quer junto da organização da prova, quer junto da Associação Madeirense de Automobilismo e Karting (AMAK) revelaram-se infrutíferas.

O adiamento, que até ao momento ainda não foi confirmado nem pela comissão organizadora nem pela AMAK – embora as novas datas já estejam oficializadas no site da FPAK – foi recebido com incredulidade por parte dos pilotos.

Acresce que, ainda na quarta-feira, a organização tinha solicitado às equipas que enviassem um comprovativo do pagamento das inscrições até esta sexta-feira. Um dia depois, o Nacional tinha reafirmado as datas iniciais, de 19 e 20 de setembro, através de uma nota no seu sítio oficial. Menos de 24 horas depois, porém, as datas foram alteradas no site da FPAK, onde uma nota indicava que se aguardavam “correções do clube” em relação aos regulamentos.

“A uma semana da prova faz-se isto?”, questiona Sérgio Jesus, um dos pilotos contactados pelo JM, que deu a cara pela insatisfação transversal a muito dos concorrentes, e que criticou também a ausência de justificações. “Ninguém nos informou de nada, só soube pela comunicação social, pelas redes sociais.”

Além disso, a nova data implica que a Rampa do Porto Moniz se vá realizar exatamente uma semana depois da Rampa do SC Santacruzense. Isto quando já muitos pilotos se têm vindo a queixar do calendário apertado.

“Qualquer peça que seja preciso, dificilmente chegará a tempo. E são dois fins de semana seguidos sem trabalhar. Não entendo, sinceramente…”, atira.

Por todos estes motivos, alguns deixaram no ar a possibilidade de não estarem na partida da Rampa do Porto Moniz nas novas datas. Sérgio Jesus é dos que admite essa hipótese, sublinhando que há um esforço grande por parte dos concorrentes para entrarem nas provas.

“Não sei. Ainda preciso de pensar e ver a minha disponibilidade. O problema é que isto é preparado com muita antecipação”, realça o piloto, que é uma das presenças habituais nas provas desta competição, ao volante de um protótipo Yacar SXC.

Há adeptos, pilotos, mecânicos e outros membros das equipas a marcar folgas ou férias, a arranjar trocas de turnos nos respetivos empregos e até a arrendar casas para os dias de competição, lembra Sérgio Jesus. “E, claro, ninguém assume essa despesa.”

“É preciso entender as logísticas de uma prova. São assistências que têm os seus trabalhos, e que têm de saber com antecedência quando e onde são as provas para poderem comparecer”, salienta novamente o piloto, que recorda que esta Rampa, uma vez que incluía uma prova-espetáculo noturna, implicava a estada dos pilotos e respetivas equipas. “Não dá para acabar à meia-noite, ir para casa e voltar às 5 horas da manhã do outro dia.”

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