Ucrânia: Conselho de Segurança reúne-se sexta-feira de urgência a pedido da Polónia

O Conselho de Segurança da ONU marcou hoje para sexta-feira uma reunião de urgência, a pedido da Polónia, após a intrusão de drones russos suspeitos em território polaco, anunciou a presidência sul-coreana do órgão.

A reunião está marcada para 15:00 (20:00 em Lisboa) e conta com o apoio de vários membros do Conselho, como Eslovénia, Dinamarca, Grécia, França e Reino Unido, indicaram fontes diplomáticas à agência de notícias France-Presse (AFP).

Esta manhã, a partir de Varsóvia, o Ministério dos Negócios Estrangeiros polaco anunciou ter pedido uma reunião extraordinária do Conselho de Segurança da ONU.

“A pedido da Polónia, será convocada uma reunião extraordinária do Conselho de Segurança da ONU sobre a violação do espaço aéreo polaco por parte da Rússia”, escreveu na rede social X.

A Polónia pretende “chamar a atenção do mundo para este ataque sem precedentes de drones russos contra um país que não só é membro da ONU, como da União Europeia e da NATO”, disse o chefe da diplomacia polaco, Radoslaw Sikorski, à rádio RMF-FM.

Sikorski adiantou que a intrusão “não é apenas um teste para a Polónia, é um teste para toda a NATO, não só militar, mas também político”.

A Polónia anunciou também que restringiu o tráfego aéreo na fronteira leste, numa medida que estará em vigor até ao início de dezembro, indicou a Agência de Navegação Aérea da Polónia (PAZP), em comunicado.

De acordo com a agência, a pedido dos militares polacos, o tráfego aéreo será encerrado, salvo raras exceções, aos voos civis ao longo da fronteira com a Bielorrússia e com a Ucrânia a partir de hoje e até 09 de dezembro.

Na quarta-feira, o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, reportou 19 violações do espaço aéreo durante a madrugada. A incursão dos drones não provocou feridos, mas uma casa e um carro ficaram danificados no leste do país.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991 – após o desmoronamento da União Soviética – e que tem vindo a afastar-se da esfera de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já causou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia a cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado, em ofensivas com drones, alvos militares em território russo e na península da Crimeia, ilegalmente anexada por Moscovo em 2014.

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