O líder dos Huthis declarou hoje que os ataques em grande escala, executados na véspera por Israel no Iémen, “não representam qualquer conquista para o inimigo” e fortalecem “a determinação e a firmeza” do grupo rebelde.
Num discurso televisivo, Abdelmalek al-Huthio, líder dos Huthis, afirmou que “o inimigo israelita mostra incompetência, agrava o registo criminal e fortalece a determinação e a firmeza” do povo do Iémen.
De acordo com o Ministério da Saúde, controlado pelos Huthis, os ataques israelitas na capital iemenita, Sana, mataram 28 pessoas e feriram 113, enquanto na região de Al-Jawf, no norte do país, foram registadas oito mortes e 18 feridos.
O líder dos Huthis descreveu os bombardeamentos realizados na quarta-feira como “atos de desespero, criminalidade e agressão” que não vão conseguir travar o grupo rebelde apoiado pelo Irão, responsável por ataques quase diários contra Israel e contra a navegação no mar Vermelho e no golfo de Aden nos últimos dois anos.
“Que alternativas podiam existir? Rendição? Aceitar a equação da permissividade, como alguns nesta região aceitaram?”, questionou o líder rebelde, lembrando que todos os intervenientes “estão sob ataque e exaustos”, numa referência ao facto de Huthis e o aliado palestiniano, Hamas, serem os únicos movimentos que continuam a atacar Israel.
O Ministério da Saúde iemenita indicou que os bombardeamentos israelitas provocaram danos em “várias casas” no bairro de Al-Tahrir, no centro de Sana, num “posto médico localizado no sudoeste da cidade e num complexo governamental em Al-Hazm, capital da província de Al-Jawf.
O exército israelita, por sua vez, afirmou ter bombardeado “alvos militares” dos Huthis em Sana e Al-Jawf em resposta aos mais recentes ataques dos rebeldes contra Israel, incluindo lançamentos de drones contra o aeroporto de Ramon, no sul do país, no fim de semana.
Em 24 de agosto, as forças israelitas bombardearam o Palácio Presidencial do Iémen, entre outros alvos, em resposta aos repetidos ataques dos rebeldes.
Os Huthis, que controlam grandes áreas do Iémen desde 2015, incluindo a capital, começaram a lançar mísseis e drones contra Israel após a ofensiva militar na Faixa de Gaza, há quase dois anos, contra o Hamas.
O grupo rebelde iniciou também operações militares de perturbação da navegação civil contra embarcações alegadamente associadas a Israel, ao largo do Iémen, numa região vital para o comércio internacional.