No outro dia, vi um reels que me deixou a pensar… No vídeo mostrava duas pessoas numas escadas rolantes, em andamento. De repente, devido a uma falha técnica, as escadas pararam. Uma das pessoas, snobe e rude, manteve-se parada no respetivo degrau, relutante, à espera que aparecesse alguém para arranjar as escadas, não optando por simplesmente andar. Enquanto a outra, continuou o seu caminho, descendo as escadas pelo seu próprio pé.
Um excelente exemplo de como as pessoas muitas vezes se acomodam à situação em que se encontram, mesmo quando existem alternativas claras e simples para mudar o cenário. A tendência das pessoas em seguirem com o status quo em vez de tomar a iniciativa para mudar ou melhorar a sua situação. Este tipo de situação ilustra a importância da proatividade no desenvolvimento pessoal e profissional. Ser proativo significa tomar a iniciativa de melhorar as circunstâncias ou resolver problemas sem esperar que outros o façam primeiro ou que a situação mude por si só. Não nos deixemos levar pela inércia comportamental e o conformismo quando o poder de mudar está nas nossas mãos, mesmo em situações que parecem difíceis.
Parecendo que não, este vídeo tem uma mensagem poderosa: a evolução — seja pessoal ou profissional — depende do nosso nível de desconforto com o status quo e da nossa coragem para agir. Quando optamos por agir, ainda que imperfeitamente, abrimos espaço para mudar e até para crescer.
Vi este vídeo como uma metáfora perfeita para a nossa vida pessoal e para a nossa carreira profissional: muitas vezes ficamos presos à espera de soluções externas, de oportunidades, de milagres ou de alguém que nos empurre para a frente. No entanto, a evolução acontece quando optamos por agir, mesmo que as circunstâncias não sejam as mais agradáveis. Esperar pode ser confortável, mas andar com os próprios pés é o que nos faz avançar!
No nosso dia a dia deparamos com situações difíceis, dilemas e equações pelo meio. A questão é: “O que podemos fazer para resolver isto?” A resposta é: “Agir!”
No mundo do trabalho, acontece o mesmo. Não existe nada pior que a sensação da estagnação, do comodismo. Cheios de expectativas, acreditamos que o nosso mérito, o nosso trabalho, a nossa dedicação, falarão mais alto. Acreditamos que amanhã irão reconhecer o nosso trabalho… e quando olhamos para trás, já passaram anos! Fazemos planos e esperamos ter a possibilidade de crescer, seja por promoções, seja por formações, seja por oportunidades de assumir novos desafios. No entanto, quando essa evolução não acontece, e é apenas cedida aos mesmos devido à famosa cunha e aos sorrisinhos, o impacto vai muito além do profissional: atinge a nossa autoestima, a nossa motivação e até o nosso objetivo. Por mais paixão que tenhamos pelo nosso trabalho, quantas vezes já pensámos que será altura de repensar a nossa posição nesta entidade patronal, devido à falta de reconhecimento?
A estagnação é um alerta e, para mim, não serve! Trabalhar não deveria ser apenas o nosso ganha-pão. Aliás, deveria ser também sinónimo de construir, avançar e realizar.
Talvez seja hora de repensar o rumo, buscar novos horizontes ou até procurar de forma transparente outras oportunidades. Ficar por ficar é aceitar que o futuro será igual ao presente, sem mudanças, sem conquistas, sem brilho.
“Confort is the enemy of progress”, já dizia o ilustre P. T. Barnum. Uma grande verdade!
Alexandra Nepomuceno escreve à segunda-feira, de 4 em 4 semanas.