O presidente da Casa do Povo do Porto da Cruz, Eugénio Batista, destacou hoje, no âmbito de mais uma edição da Festa da Uva e do Agricultor, a necessidade de repensar a produção e o destino da uva americana, produto de grande tradição na freguesia.
Segundo o responsável, a produção de vinho americano tem oscilado ao longo dos anos, mas este ano revelou-se particularmente difícil. “Este ano, foi um ano atípico, devido às alterações climáticas e houve zonas onde o tempo queimou a floração. Ou seja, não há fruto, não há uva”, denotou à rádio 88.8 JM FM.
Apesar de o vinho americano ser uma marca identitária do Porto da Cruz, Eugénio Batista admite que o consumo por parte das novas gerações tem vindo a decrescer. “Hoje em dia, os jovens não bebem vinho americano”, refere.
E é perante esta realidade que a Casa do Povo quer apostar numa estratégia de diversificação de escoamento da produção. “Já contatei o presidente do Governo e estamos a trabalhar nesse sentido, para tentar incutir nos nossos agricultores outra mentalidade”.
A ideia, explicou, é não produzir uva americana apenas para vinho, mas também para consumo como uva de sobremesa, para compotas e, só o remanescente, para vinho americano.
“Se introduzirmos a ideia de escoarmos o produto sobre os três vetores que já referi, julgo que havia muitos jovens que iam se dedicar à agricultura. Assim como está não dá para a sobrevivência”, reconheceu.