Quer adotar um cão? Então leia este artigo – I

Já muito se discorreu sobre os benefícios de se ter um cão, mas nem sempre se conhecem os requisitos legais (e não só) para o ter.

Um cão é um compromisso de vida para 15 anos, em média, dependendo claro da raça e do porte do animal e do próprio indivíduo. Por isso, é dever de cada adotante tomar uma decisão consciente e planeada, e responsável. Muito responsável!

Desde logo é preciso saber se se dispõe de tempo para o animal – um cão é um animal social! (trabalho o dia todo? Viaja muito) Quem ficará com o animal?).

É preciso que se tenha em conta também que um cão tem um comportamento próprio da sua espécie, portanto terá de se estar preparado para que possam surgir escavações no jardim, objetos roídos, problemas de higiene, etc.- sobretudo quando são jovens e ainda não tiveram treino que possa melhorar alguns comportamentos do animal. Não se deve ignorar também os gastos que implicam ter um animal desde a alimentação à garantia da sua saúde e bem-estar.

Em termos práticos, considere-se os seguintes aspetos:

De que espaço dispõe? De um apartamento ou moradia? No primeiro caso, há que ter cuidado com tomadas e fios elétricos, produtos de limpeza, por ex. No segundo há que assegurar um abrigo seguro e coberto se o animal ficar na rua; ter vedações e estar informado sobre plantas venenosas que possa haver no exterior. Animais de grande porte e animais energéticos requerem mais espaço, o que nem sempre é compatível com apartamentos.

No que respeita a equipamentos, deve assegurar-se que se tem comedouros suficientes ao dispor, bebedouros, uma trela e coleira ou arnês, assim como escovas, corta-unhas e brinquedos que estimulem física e mentalmente o animal, no cumprimento da satisfação do seu comportamento natural. A alimentação deve ser adequada à idade do animal, ao seu tamanho e às necessidades específicas/particulares do animal adotado. O animal deve ter um local para dormir, ou seja, o seu espaço de descanso e refúgio onde se sinta confortável e tranquilo. Nunca permitir que um animal seja perpétua e permanente acorrentado! Se é para o tratar como um recluso, não o tenha! E em casos em que por motivos de segurança, por exemplo, seja necessário prender o animal, este deve dispor de uma corrente comprida, que não o estrangule e deve ser solto todos os dias para passear. Ainda assim, neste caso, assegure-se antes um canil ao animal que lhe permita fazer exercício. A esterilização do animal, não sendo, na maioria dos casos, obrigatória, é recomendada para o importante controlo da população animal, além da prevenção de algumas doenças.

A higiene de um cão não deve ser descurada, devendo escovar-se regularmente os animais, sobretudo durante as mudanças de pelo e dar-lhes banho quando necessário com produtos adequados à sua espécie. Incluir neste ponto, também cuidados com as unhas, dentes e ouvidos.

Quando se adota um animal deve consultar-se toda a família no processo: é importante que toda a família esteja de acordo com a entrada do animal em casa, devendo ser toda envolvida no processo de acolhimento, adaptação, cuidado e socialização do animal. É ainda importante que se certifique que ninguém na família tem alergias a animais. Se se tem filhos menores, há que ensinar às crianças como se devem comportar perante um cão e acautelar que estas nunca ficam sós com o animal. E se existem outros animais de estimação na casa, deve fazer-se a correta apresentação do novo animal aos demais e de forma gradual, consultando, se necessário, um médico veterinário para melhores esclarecimentos.

A sociabilização do cão é fundamental, para que este esteja familiarizado não só com a família adotante, mas também com outras pessoas e animais, diferentes ambientes, lugares, sons, contextos, etc., minimizando deste modo eventuais alterações ou problemas comportamentais no animal. Ainda neste sentido, é sempre recomendável que se ministre ao animal um treino de obediência básica (sempre por métodos de reforço positivo!).

Um outro aspeto a ter em conta: o civismo na rua/espaços públicos e comuns. Os detentores devem recolher as fezes do seu cão quando os levam a passear à rua e colocá-las no lixo! A saúde pública é uma responsabilidade de todos nós!

Por fim, deve procurar-se escolher o cão que mais se adapte ao tutor, tendo em conta o seu temperamento/personalidade e também a do animal, para que a convivência entre as espécies seja sã e a ligação entre ambas seja ainda mais enriquecedora.

Há ainda obrigações legais a ter em conta aquando da adoção de um cão, mas remeto-as para um outro artigo futuro.

Leave a comment

Your email address will not be published. Required fields are marked *