Marcelo sem nada a acrescentar quanto a Trump defende coesão com Governo no apoio à Ucrânia

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, acompanhado por Cristina Ovídio, Editora e Fundadora da Livraria Menina e Moça, fala no 3.º BOOK 2.0, promovido pela APEL – Associação Portuguesa de Editores e Livreiros, na Fundação Champalimaud.

O chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou hoje nada ter a acrescentar às suas palavras sobre o Presidente norte-americano, Donald Trump, e defendeu que tem estado em coesão com o Governo no apoio à Ucrânia.

Questionado pelos jornalistas sobre este assunto à saída da Fundação Champalimaud, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que disse “o que tinha a dizer” quando declarou que Donald Trump tem funcionado como “ativo soviético, ou russo”, e que o fez “com todo o cuidado do mundo, explicando que não havia nada ali de amizade, nem económico, nem social, nem político, nem ideológico”.

“Foi da forma mais elegante do mundo. Foi só dizer: olhem isto, acontece, acontece. Acontece porque, enfim, fruto das estratégias seguidas, são opções que dão este resultado. Este resultado tem consequências, e a consequência, todos perceberam, é que há oito meses que estamos à espera de cessar-fogo e há oito meses estamos à espera de avanço muito mais rápido para a paz. Mas enfim, são estratégias que são seguidas por quem tem legitimidade para as seguir”, completou.

Interrogado sobre o impacto das suas declarações, que levaram o Governo a recordar que lhe compete conduzir a política externa, e se tinha algo a acrescentar a essas palavras proferidas na Universidade de Verão do PSD, o chefe de Estado retorquiu: “Nada, nada, nada. O que eu disse está dito”.

“Não foi a primeira vez que eu disse. Eu nos últimos sete meses disse em várias ocasiões. Uma delas, na presença do Presidente Macron, no discurso no jantar que lhe ofereci, e ele concordou com o meu ponto de vista”, referiu.

“Mas está dito, está dito”, reiterou o Presidente da República.

Quanto à sua relação com o executivo PSD/CDS-PP, Marcelo Rebelo de Sousa assinalou que “o Governo é quem dirige a política externa” e sustentou que, “portanto, do que se trata é de o Presidente da República e o Governo acertarem, sempre que possível, as posições”.

“E tem sido possível acertar. E aqui a posição era fácil, era realmente defender que quanto mais forte for a coesão de aliança do caso da Ucrânia, melhor para a Ucrânia. Quanto menos forte for, pior para a Ucrânia. E essa é a posição do Governo, é a posição do Presidente”, sustentou.

Marcelo Rebelo de Sousa acrescentou que “houve na história casos de Presidentes que tomaram posições contra os Governos” em matéria de política externa, “mas aqui não, aqui felizmente não”.

Quando a comunicação social lhe perguntou se não teme um conflito diplomático, o Presidente da República salientou a antiguidade das relações entre os dois países, que descreveu como “muito fortes, muito antigas”, mencionando que Portugal foi “o primeiro Estado neutral a reconhecer a independência” dos Estados Unidos da América.

Segundo o chefe de Estado, houve pontualmente “divergências grandes quanto a pontos da política norte-americana” por parte de Portugal, “mas no geral há relativamente aos Estados Unidos da América uma relação muito boa”.

“Depois, os governos mudam. Os governos mais à direita, mais à esquerda, os presidentes mudam, as administrações mudam, num país como no outro e mudam de política. Quando mudam de política, gosta-se mais de uma política do que de outra, mas isso não se deixa de gostar dos países”, ressalvou.

Há uma semana, à conversa com jovens na Universidade de Verão do PSD, em Castelo de Vide, no distrito de Portalegre, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que o Presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, tem funcionado objetivamente como “um ativo soviético, ou russo”, favorecendo a Federação Russa na guerra contra a Ucrânia.

“Eu não estou a dizer que haja uma aliança baseada na amizade ou na cumplicidade económica, ideológica, doutrinária. Não, não. Estou a dizer que, em termos objetivos, a nova liderança norte-americana tem favorecido estrategicamente a Federação Russa”, acrescentou.

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