Pelo menos 11 funcionários da Organização das Nações Unidas (ONU) no Iémen foram detidos pelos huthis em Sana e em Hodeida, cidades que são controladas por este grupo de rebeldes xiitas, avançou hoje a organização internacional.
A informação foi divulgada, em comunicado, pelo enviado especial da ONU para o Iémen, Hans Grundberg, que condenou “a nova vaga de detenções arbitrárias perpetradas em Sana e Hodeida”, a invasão das instalações da ONU e a apreensão de bens pertencentes à organização internacional.
Já hoje Hans Grundberg tinha feito um apelo para que o Iémen não se torne num campo de batalha e para que cessem os ataques, após as ações israelitas na quinta-feira passada em solo iemenita.
Desses ataques resultou a morte de altos funcionários do governo controlado pelos rebeldes xiitas huthis, incluindo o primeiro-ministro, Ahmed al-Rahawi.
O Iémen “não pode permitir-se tornar-se um campo de batalha para um conflito geopolítico mais amplo. Estes ataques devem cessar”, disse o enviado especial, exortando todas as partes a utilizar “os canais diplomáticos disponíveis para reduzir a tensão”.
Em reação aos ataques, os huthis prometeram vingar a morte de Ahmed al-Rahawi e anunciaram a nomeação de Mohammed Ahmad Mouftah como primeiro-ministro interino.
Os rebeldes, cujo regime tem o apoio do Irão, têm lançado vários ataques de mísseis contra Israel desde que o Estado judaico iniciou a guerra contra o grupo radical palestiniano Hamas na Faixa de Gaza, em outubro de 2023.
Israel e o movimento xiita iemenita mantiveram os ataques mútuos, apesar do cessar-fogo entre os huthis e os Estados Unidos, principal aliado de Telavive, que entrou em vigor em maio deste ano, pelo qual estes deixaram de atacar interesses norte-americanos na região, incluindo navios no Mar Vermelho.
Os huthis fazem parte do chamado “eixo de resistência” a Israel, liderado e financiado pelo Irão, que integra grupos extremistas como os palestinianos Hamas e Jihad Islâmica e o Hezbollah libanês.