Vários líderes europeus reforçaram hoje em Chisinau o seu apoio à candidatura de adesão da Moldova à União Europeia (UE), com o chanceler alemão, Friedrich Merz, a afirmar que a porta do bloco europeu “está aberta”.
Desde a abertura das negociações de adesão à UE, em junho de 2024, o Governo moldavo “lançou com sucesso e determinação as reformas necessárias” para aderir ao bloco comunitário, apesar dos “ataques híbridos maciços” da Rússia, que quer “trazer a Moldova” de volta à sua “esfera de influência”, acrescentou o chanceler alemão ao lado do Presidente francês, Emmanuel Macron, do primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, e da chefe de Estado moldava, Maia Sandu.
Os três líderes europeus deslocaram-se hoje a Chisinau por ocasião do Dia da Independência da antiga república soviética.
Emmanuel Macron ofereceu, por sua vez, o “apoio determinado” de França à Moldova e à sua candidatura de adesão à UE, acusando ainda a Rússia de mentir sobre a guerra na Ucrânia.
“A propaganda do Kremlin (presidência russa) diz-nos que os europeus querem prolongar a guerra e que a UE está a oprimir o povo. São mentiras. Ao contrário da Rússia, a UE não ameaça ninguém e respeita a soberania de todos”, declarou Macron
A Moldova, que celebra hoje o seu Dia da Independência, recebeu estes líderes europeus um mês antes de celebrar eleições legislativas ameaçadas pela influência russa.
“Pelo bem dos nossos pais e dos nossos filhos, somos obrigados a preservar a independência e a liberdade, e a transformá-las em segurança e bem-estar”, afirmou a Presidente moldava, Maia Sandu, numa mensagem ao país, divulgada pela agência noticiosa MOLDPRES.
Chisinau tem acusado Moscovo de tentar desestabilizar a situação política neste país que pertencia à antiga União Soviética e que se tornou independente da mesma em 1991.
Sandu voltou hoje a defender a integração em Bruxelas, um processo que considerou como um “projeto nacional” e uma responsabilidade dos moldavos para com as gerações passadas e futuras.
Chisinau submeteu formalmente o pedido de adesão à União Europeia em março de 2022 e foi oficialmente reconhecida como país candidato em junho desse ano.
Após cumprir pré-condições e avançar com reformas estruturais, em dezembro de 2023 a UE decidiu abrir negociações de adesão, com a primeira conferência intergovernamental a realizar-se em junho de 2024. Este processo ainda decorre.
Com cerca de 2,5 milhões de habitantes, a Moldova situa-se entre a Roménia e a Ucrânia.
A região separatista moldava da Transnístria ganhou destaque após o início da guerra na Ucrânia (em fevereiro de 2022) devido aos laços com a Rússia e à sua importante posição geoestratégica.
A Rússia mantém um contingente de 1.500 soldados na Transnístria, cujos separatistas pró-Moscovo controlam o território desde a guerra civil na Moldova, em 1992.