O bispo do Funchal, D. Nuno Brás, disse hoje, na homilia da missa das exéquias do bispo emérito D. Teodoro de Faria, que “cada bispo – como qualquer outro ser humano – tem, obviamente, qualidades e defeitos”. “Não nos toca a nós fazer juízos humanos, ou opinar sobre o que significou para a nossa Igreja Diocesana o ministério episcopal do Senhor D. Teodoro. Deixamos isso não tanto para a história e para quem a há-de escrever, como (sobretudo) para o Senhor da História, juiz misericordioso, Pai da bondade – o único a conhecer os corações, as intenções íntimas, o todo da história, com todas as sua variáveis, e para lá do que possam ser as aparências.
O único que, por ser Amor, pode julgar. ”, disse.
“Mas queremos, isso sim, dar graças a Deus pelo facto de, no Senhor D. Teodoro, nos ter dado um pastor – que o mesmo é dizer: um sinal sacramental da sua presença, de modo que à nossa Igreja Diocesana não faltassem os dons da graça necessários para que todos caminhemos para o céu”, acrescentou. D. Nuno Brás agradeceu, por isso, “ao Pai o ministério sacerdotal e episcopal do Senhor D. Teodoro, portador da graça da salvação, das insondáveis riquezas de Cristo, que ele quis sempre anunciar”.
No entanto, continuou, “cada um de nós que aqui se encontra tem, certamente, algo que, tendo origem em Deus, foi recebido por meio do Senhor D. Teodoro: desde a amizade à sabedoria; desde o baptismo ao sacramento da Ordem; e tantos outros dons”.
“E a nós, seres humanos, convém-nos ser agradecidos. Os dons de Deus não nos chegam diretamente vindos do céu, ou por um passo de magia. Chegam-nos por meio da fragilidade humana – precisamente: a carne que o verbo de Deus assumiu para se nos tornar com toda a sua glória; a fragilidade que, também connosco, se torna portadora dos dons divinos”.
A finalizar, D. Nuno Brás pediu “ao Pai misericordioso que perdoe ao Senhor D. Teodoro as faltas que, por fragilidade, tiver cometido”, mas, ao mesmo tempo, agradeceu “todos aqueles momentos em que este nosso bispo foi, para cada um, sinal tangível da presença de Deus”.