O deputado Francisco Gomes dirigiu uma pergunta escrita à Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, questionando a possibilidade de se reduzir em dois anos a idade legal da reforma na Região, tendo em conta o diferencial negativo da esperança média de vida registado entre a Região e o restante território nacional.
Em nota enviada a imprensa, o Chega esclarece que a iniciativa baseia-se em dados estatísticos que revelam que os madeirenses vivem, em média, menos cerca de dois anos do que os restantes portugueses, facto que, segundo o parlamentar, “deve ser encarado com responsabilidade política e sentido de justiça, sob pena de se perpetuar uma discriminação indireta sobre os trabalhadores madeirenses”.
“Manter igual idade de reforma para realidades com esperanças de vida diferentes é uma injustiça objetiva. Os madeirenses têm direito a envelhecer com dignidade e com tempo útil para viver a reforma, pelo que pedimos mudanças ao sistema atual”, aponta Francisco Gomes.
O deputado madeirense considera, ainda, que a idade da reforma “não deve ser aplicada de forma automática e indiferenciada”, mas antes ajustada às realidades demográficas e regionais, tendo em conta fatores como “a insularidade, a pressão sobre o sistema regional de saúde, as desigualdades económicas e o envelhecimento acelerado da população”. “Não se trata de um privilégio, mas de justiça interterritorial. A Madeira tem condições específicas que justificam uma resposta diferenciada”, explica.
Deste modo, “não aceitaremos um sistema que ignora o desgaste físico acumulado de quem trabalhou uma vida inteira e vive menos anos. A reforma tem de chegar quando ainda há vida para vivê-la”, remata o parlamentar.