Presidente venezuelano considera um “sucesso” início do alistamento de milicianos

O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, considerou este sábado um “sucesso” o início da jornada de alistamento nas “forças milicianas”, que convocou para este fim de semana, em resposta a uma alegada ameaça militar dos Estados Unidos.

“Hoje, sábado, foi um sucesso total o início desta jornada de reorganização dinâmica de todas as forças populares, militares, policiais e do sistema defensivo”, afirmou o chefe de Estado numa mensagem de áudio publicada no canal na rede social Telegram.

Maduro disse que a convocação gerou uma expressão “gigantesca de nacionalismo, patriotismo” e de “amor pela Venezuela” que, segundo ele, pôde ser comprovada pelas redes sociais e meios de comunicação social.

O Presidente venezuelano convocou na passada quinta-feira a inscrição na Milícia Nacional Bolivariana (MNB), que decorre este fim de semana nas praças de todas as cidades do país e nos quartéis.

A MNB é um corpo composto por civis voluntários, que foi criado em 2009 pelo antigo presidente Hugo Chávez (1999-2013) e que, 11 anos depois, foi oficialmente incorporado na Força Armada Nacional Bolivariana (FANB).

De acordo com imagens divulgadas pelo canal estatal Venezolana de Televisión (VTV), o processo de registo ocorreu em vários estados da Venezuela.

O ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino, pediu neste sábado à população para não “ficar nervosa” com o início do alistamento de milicianos.

Maduro ordenou na passada segunda-feira a deslocação de 4,5 milhões de milicianos por todo o país, depois dos Estados Unidos terem duplicado 50 milhões de dólares (43 milhões de euros) a recompensa por informações que possam conduzir à sua detenção.

No dia seguinte, na terça-feira, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que Washington está preparada para “usar todo o seu poder” para travar o “fluxo de drogas para o país”, o que inclui o envio de navios e de soldados para águas próximas da Venezuela.

Esta sexta-feira, o Presidente da Venezuela acusou os Estados Unidos de procurarem uma “mudança de regime” de forma “terrorista e militar”, referindo-se ao envio por Washington de navios militares para as águas do Caribe.

“O que ameaçam tentar fazer contra a Venezuela, uma mudança de regime, um golpe terrorista e militar, é imoral, criminoso e ilegal”, afirmou o Presidente num discurso no Parlamento venezuelano, em Caracas, transmitido obrigatoriamente pelas redes de rádio e televisão do país.

De acordo com a CNN, os Estados Unidos começaram a enviar 4.000 fuzileiros para as águas da América Latina e do Caribe para combater os cartéis de tráfico de drogas, para além de reforçarem a presença militar na região com aviões-radar e três contratorpedeiros com capacidade antimíssil.

Na quinta-feira, o secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, apelou aos Estados Unidos e à Venezuela para que “resolvam as diferenças por meios pacíficos”.

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