Médio Oriente: Ofensiva israelita fez quase 62.700 mortos em Gaza

O ministério alertou que os números podem ser superiores devido ao grande número de pessoas que continuavam desaparecidas sob os escombros.

A ofensiva lançada por Israel na Faixa de Gaza em outubro de 2023 atingiu cerca de 62.700 mortos, com mais 64 vítimas nas últimas 24 horas, anunciaram hoje as autoridades do enclave palestiniano.

O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, disse que registou 62.686 mortes e 157.951 feridos desde o início da ofensiva, segundo a agência de notícias espanhola Europa Press.

O ministério alertou que os números podem ser superiores devido ao grande número de pessoas que continuavam desaparecidas sob os escombros.

“Várias vítimas permanecem sob os escombros e nas ruas, uma vez que as ambulâncias e as equipas de defesa civil não conseguem chegar até elas”, disse o ministério num comunicado.

Num dos incidentes mais recentes, as forças israelitas mataram hoje quatro pessoas que procuravam ajuda numa zona militar a sul da cidade de Gaza, noticiou a agência norte-americana Associated Press (AP).

O Hospital Al-Awda e testemunhas disseram que os quatro palestinianos foram mortos quando as tropas abriram fogo contra uma multidão que se dirigia a um local administrado pela Gaza Humanitarian Foundation (GHF, na sigla em inglês).

Segundo as testemunhas, o incidente ocorreu a centenas de metros do local operado pela GHF, uma empresa norte-americana criada em 2025 que distribui ajuda na Faixa de Gaza com o apoio de Israel.

“Os tiros foram indiscriminados”, disse Mohamed Abed, pai de dois filhos do campo de refugiados de Bureij, acrescentando que, enquanto muitos fugiram, algumas pessoas caíram no chão após terem sido atingidas por balas.

O exército israelita e a GHF não responderam imediatamente aos pedidos de comentários da AP.

Nas últimas 24 horas, 19 pessoas foram mortas enquanto procuravam ou aguardavam a distribuição de comida, o que elevou para 2.095 o número de mortos levados para os hospitais depois de tentarem obter ajuda, segundo o ministério da Saúde.

A ONU declarou a fome na província de Gaza na sexta-feira, a primeira vez no Médio Oriente, e alertou que a situação deverá alargar-se às províncias de Deir el-Balah (centro) e Khan Younis (sul) até ao final de setembro.

A situação de fome em Gaza e nas cidades vizinhas afeta mais de meio milhão de pessoas, de acordo com a ONU.

Israel negou a existência de fome na Faixa de Gaza e acusou a ONU de veicular uma narrativa falsa do Hamas, o grupo extremista que governa o enclave palestiniano desde 2007.

Os ataques de Israel, que prepara uma ofensiva na cidade de Gaza, também afetam Khan Younis, onde o Hospital Naser informou ter recebido 30 corpos no sábado, de acordo com a agência espanhola EFE.

Israel tem em curso uma ofensiva militar na Faixa de Gaza desde que sofreu um ataque do Hamas em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e 250 reféns.

Israel, Estados Unidos e União Europeia consideram o Hamas como uma organização terrorista.

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