25 fotos que mostram diferentes momentos de D. Teodoro de Faria na Madeira

ARQUIVO JM

O bispo emérito que morreu ontem, no Funchal, faria justamente hoje 95 anos de idade.

D. Teodoro de Faria liderou a Diocese do Funchal durante 26 anos.

O bispo era natural da Madeira, da freguesia de Santo António, onde nasceu a 24 de agosto de 1930. Foi ordenado padre em 1955 e ascendeu a bispo em 16 de maio de 1982.

Teodoro pediu renúncia de funções em 2006 e foi substituído em maio de 2007 por D. António Carrilho.

A partir de 2007, Teodoro passou a bispo Emérito do Funchal.

Durante o tempo que liderou a Igreja na Madeira, Teodoro de Faria teve um percurso muito ativo quer nos domínios da espiritualidade, quer no campo material.

Foi no seu tempo que a Diocese passou a contar com novos templos. De acordo com João Carlos Abreu, seu amigo e ex-governante, Teodoro deixou 17 igrejas novas.

Foi também um homem da cultura.

É descrito como pessoa empenhada na arte sacra e deixa um extenso legado nos domínios da escrita. Há livro pronto para publicar em outubro, acrescentou João Carlos Abreu, ontem, ao JM. E foi também neste Jornal que Teodoro de Faria escreveu largas dezenas de artigos, aos domingos. Já antes, no antigo Jornal da Madeira, era também colaborador assíduo.

Da sua passagem pela Diocese do Funchal profundamente marcado o momento em que trouxe o Papa João Paulo II à Madeira, a 12 de maio de 1991.

Durante várias homilias alertou para problemas sérios na sociedade madeirense, nomeadamente a pobreza e outras questões sociais. E foi muito criticado pelo silêncio que adotou em relação ao caso do ex-padre Frederico Cunha.

Outra questão polémica prende-se com o distanciamento que manteve com José Martins Júnior, o padre da Ribeira Seca afastado pela Diocese numa decisão que só seria revertida com o atual bispo, D. Nuno Brás.

Fiéis mais próximos da Igreja madeirense destacam ainda o seu papel ecuménico, na aproximação dos católicos a outras manifestações de fé.

Também o seu lado peregrino tem sido destacado, como escreve o JM na capa da edição impressa de hoje.

Teodoro promoveu diversas viagens à Terra Santa e outros locais de culto fazendo-se acompanhar por centenas de madeirenses. Foi também um bispo muito próximo da diáspora madeirense pelo mundo.

Teodoro era figura muito conhecida na Madeira, não apenas entre o clero, que ajudou a formar, mas também, de forma generalizada, da sociedade madeirense.

A morte de D. Teodoro Faria foi prontamente assinalada por posições públicos de elogio à sua ação em vida.

Comunicados do Governo, da Assembleia regional, da Câmara do Funchal e mesmo do PS chegaram às redações poucas horas após a morte. O mesmo com o Presidente da República, o representante da República e a Conferência Episcopal Portuguesa.

A própria Diocese do Funchal anunciou a morte pouco depois. Num comunicado, a Igreja madeirense recorda o percurso do bispo emérito e algumas das principais datas ao longo do tempo.

D. Teodoro de Faria foi o segundo bispo diocesano nascido na Madeira, juntamente com D. Aires de Ornelas, numa lista de 33 bispos diocesanos.

“Apela-se a toda a comunidade que se una em oração pedindo ao Senhor que acolha D. Teodoro na Sua misericórdia e concedo o consolo e esperança a sua família, amigos e a todos os que partilham este luto”, podia ler-se no comunicado emitido ontem à noite.

A mesma nota convidava os madeirenses a participarem numa vigília de oração a realizar na Sé do Funchal”.

A Diocese espera também que os fiéis participem nas exéquias a realizar em dia ainda não divulgado.

Até este momento, não foram ainda revelados mais detalhes sobre as cerimónias fúnebres, o que deverá acontecer ao longo do dia de hoje.

Com a partida de Teodoro de Faria, a Diocese conta ainda com António Carrilho como bispo emérito e Nuno Brás como bispo diocesano em funções.

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