João Pedro Vieira diz que PS vive “momento mais caricato da sua história recente”

O antigo secretário-geral do PS/M, João Pedro Vieira, reagiu de forma contundente ao atraso na entrega das listas candidatas à autarquia de Santana, que o JM noticiou hoje na edição impressa, considerando que as circunstâncias que levaram à exclusão do partido é “o momento mais caricato da história recente do PS na Madeira”.

Sob o título “refundar o PS Madeira”, João Pedro Vieira pede “respeito” pelos “militantes, simpatizantes e eleitores” e recorda que desde 2020 que escreve e fala sobre o “rumo que o PS” está a trilhar, apesar de “poucos” terem querido saber “dentro e fora do partido, na Madeira e em Lisboa”.

“Com tempo, essas consequências foram-se tornando cada vez mais evidentes: primeiro, as externas, com sucessivos desastres eleitorais, alguns deles inexplicáveis face à fragilidade que o regime aparenta; depois, as internas, com sucessivos atropelos estatutários, que serviram o único propósito de conservar um poder cada vez mais efémero”, enquadra o socialista, numa publicação feita hoje na sua conta oficial numa rede social.

Para o ex-secretário-geral do PS/M, foram estas opções políticas que trouxeram o partido “ao momento mais caricato da história recente” do PS na Madeira: a exclusão da candidatura de Santana, por estar trânsito congestionado na segunda-feira.

João Pedro Vieira não arrisca dizer que este será o momento mais caricato de sempre do PS, “porque com este ‘presidente’ há sempre mais um e sempre mais caricato que o anterior”.

Colocando sempre entre aspas a palavra presidente quando se dirige a Paulo Cafôfo, João Pedro Vieira ridiculariza o episódio do atraso, dizendo que é algo que “já nem numa associação de estudantes se vê”.

“O caso torna-se ainda mais grave quando o ‘presidente’, que ficou no cargo ‘para organizar o processo autárquico’, ‘chuta’ para os elementos da concelhia toda a responsabilidade”, acrescenta, aludindo ao texto do JM que, citando uma fonte do partido, referiu que ficou definido “desde a primeira hora” que o processo das listas do PS seria “trabalhado pelas concelhias”.

No entendimento do ex-secretário-geral do PS Madeira, a “desorganização regional é tal que, no fim de agosto, ainda há cartazes de Emanuel Câmara, candidato em maio, espalhados por toda a Região e não houve tempo para declarar luto e abrir um livro de condolências pelo presidente honorário que faleceu [Emanuel Jardim Fernandes]”.

“Felizmente – acrescenta – o PS Madeira é maior, muito maior do que isto. Os seus militantes, incluindo os de Santana que tudo fizeram para ter listas de candidatos num tempo em que o ‘presidente’ do partido tornou praticamente impossível lograr tal feito, também são maiores, mais dignos e mais corajosos – e são porque são socialistas de sempre e desde sempre, não de circunstância, conveniência, ou vaidade, como este nosso muito infeliz ‘presidente’ confirma todos os dias que é”.

Disse ainda acreditar nas candidaturas “vitoriosas” lideradas por Olavo Câmara, Célia Pessegueiro e Hugo Alexandre, por Porto Moniz, Ponta do Sol e Machico, respetivamente, e já antecipa que “no dia 12 de outubro o ‘presidente’ do PS interromperá as suas férias prolongadas para chamar a si, muito sorridente, o mérito dessas vitórias”.

“Eu sei, como outros certamente também já sabem, que o futuro será mesmo sobre reconstruir o nosso velhinho PS: com os que ganharem e com os que perderem; com os socialistas madeirenses que o são a sério e não a fingir, por mero interesse e capricho existencial – pessoal e profissional -, perante todo o vazio que sobra à volta”, comentou.

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