O diretor de fotografia Eduardo Serra morreu aos 81 anos, anunciou a Academia Portuguesa de Cinema.
De acordo com fonte próxima da família, Eduardo Serra morreu no passado dia 19, terça-feira. O local não foi indicado.
Nascido em Lisboa em 1943, Eduardo Serra é o mais internacional dos diretores portugueses de fotografia, tendo sido nomeado duas vezes para os Óscares, pelos filmes “As Asas do Amor”, de Iain Softley, e “Rapariga com Brinco de Pérola”, de Peter Webber, que lhe garantiu o prémio BAFTA da Academia Britânica de Cinema.
A carreira internacional de Eduardo Serra teve início em França, onde se fixou em 1963, na sequência da perseguição de que foi alvo por participar em protestos contra a ditadura, recorda hoje a Academia Portuguesa de Cinema, que anunciou a morte do diretor de fotografia nas redes sociais, na noite de quinta-feira.
Entre os filmes que marcaram o seu percurso contam-se “Harry Potter e os Talismãs da Morte”, Partes 1 e 2, “Diamantes de Sangue”, de Edward Zwick, “Belle du Seigneur”, de Glenio Bonder, e “A Primise”, de Patrice Leconte.
No cinema português, assinou a fotografia de obras como “Sem Sombra de Pecado” e “A Mulher do Próximo”, de José Fonseca e Costa, “O Processo do Rei”, de João Mário Grilo, “Amor e Dedinhos de Pé”, de Luís Filipe Rocha, e “O Delfim”, de Fernando Lopes.
Eduardo Serra recebeu os graus de comendador e de grande oficial da Ordem do Infante D. Henrique, em 2004 e 2017, respetivamente, e o Prémio Sophia de Carreira, em 2014, da Academia Portuguesa de Cinema.
“Figura de referência maior no cinema mundial”, Eduardo Serra “levou consigo a visão de um artista português que soube dialogar com cineastas de várias geografias, do cinema de autor europeu às grandes produções internacionais”, conclui a mensagem da Academia Portuguesa de Cinema.