Incêndios: Cerca de 5.000 hectares de baldios arderam nos distritos da Guarda e de Coimbra

Combate ao fogo na Pampilhosa da Serra, no distrito de Coimbra.

Cerca de 5.000 hectares de terrenos comunitários, conhecidos como baldios, arderam nos incêndios nos distritos da Guarda e de Coimbra, revelou hoje uma associação do setor, que reclamou ao Governo apoios urgentes.

Em nota enviada à agência Lusa, a Associação de Cooperação entre Baldios do Distrito de Coimbra (COBALCO) alegou que dados preliminares “ainda insuficientes relativos à área ardida para um apuramento final” apontam para 5.000 hectares ardidos, total ou parcialmente, nos concelhos de Oliveira do Hospital, Arganil, Lousã e Pampilhosa da Serra (Coimbra) e Seia (Guarda).

A associação liderada por Isménio Oliveira notou ainda que a região Centro, nomeadamente o distrito de Coimbra, tem uma área importantes de terrenos baldios.

“São milhares de hectares geridos pelas populações, extremamente importantes para quem reside no interior”, vincou.

Adiantou que os terrenos comunitários “são, no universo florestal nacional, um património valioso e um importante espaço de atividades silvícolas”, observando a necessidade de o Governo meter ‘mãos à obra’ e apoiar as comunidades locais na recuperação daqueles espaços naturais.

Deste modo, a COBALCO irá enviar aos ministros da Agricultura e Pescas, e do Ambiente e Energia uma exposição a reclamar medidas urgentes, desde logo a “criação de mecanismos de apoio para a recuperação de maquinaria e infraestruturas danificadas nas áreas baldias”.

A associação quer ainda que sejam disponibilizados apoios financeiros para a recuperação de áreas florestais afetadas por incêndios, “com o objetivo de promover a resiliência ambiental e a sustentabilidade”, através do Plano Estratégico da Política Agrícola Comum.

Outra exigência passa pela revitalização e reentrada em funcionamento da Comissão Nacional para a Valorização dos Territórios Comunitários (criada há 17 anos, em 2008), com a missão de elaborar um programa nacional de recuperação dos terrenos baldios.

A lista de exigências inclui ainda a reativação do programa “Aldeia Segura, Pessoas Seguras” e a instalação de “parques de iniciativa pública de receção dos ‘salvados’ dos fogos, ou seja, da madeira queimada ou chamuscada para assegurar a sua venda a preços minimamente interessantes para os pequenos e médios proprietários e para os baldios”.

A COBALCO quer ainda que as Áreas Integradas de Gestão da Paisagem sejam estendidas aos gestores dos baldios, “de forma a possibilitarem intervenção no terreno também no domínio da prevenção de incêndios e da reflorestação das áreas ardidas”.

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