Feira do Livro do Porto arranca com expectativas altas e muitos visitantes

Visitantes da 12.ª edição da Feira do Livro do Porto nos jardins do Palácio de Cristal, Porto.

A Feira do Livro do Porto arrancou hoje com vários vendedores a admitir “expectativas altas” depois de verem os seus ‘stands’ encher nas primeiras horas da edição deste ano.

O calor que se fez sentir ao início da tarde empurrou para lugares mais resguardados dos jardins do Palácio de Cristal muitos visitantes, que aproveitaram a sombra para folhear livros acabados de comprar. Nem por isso a Avenida das Tílias deixou de estar cheia de leitores que percorriam as dezenas de ‘stands’ da Feira do Livro do Porto.

Arnaldo Vila Pouca, responsável pela livraria e editora Flâneur, confirma à Lusa que o tempo não tem demovido os visitantes, que “criam sempre expectativas muito grandes para o primeiro dia” da Feira do Livro do Porto, que, considera, “tem vindo a melhorar todos estes anos”.

“Para primeiro dia, e estando ainda no início de tarde, acho que está tudo espetacular. Temos tido muita gente e já registámos várias compras”, acrescenta sobre esta edição, que homenageia o escritor e cantor Sérgio Godinho.

Num ‘stand’ junto à Biblioteca Municipal Almeida Garrett, a resposta é negativa quando um turista pergunta pela tradução de um livro para inglês. Mas foi por um triz, já que a Livraria Poetria tem expostas várias traduções de poesia portuguesa.

Francisco Reis, que está rodeado de clientes portugueses, mas também de turistas, que são já habituais na cidade durante os meses de verão, partilha que havia filas para entrar no recinto da Feira do Livro, que hoje abriu as portas às 12:00.

“Esta é, de facto, uma altura única onde em duas semanas a faturação extrapola completamente. Havia fila à entrada, temos o pavilhão cheio. Portanto, sim, estamos muito contentes. Até ver, está tudo fantástico. O tempo está a ajudar”, relata.

Ao fundo da avenida, entre dezenas de visitantes, no ‘stand’ da Poets and Dragons Society, vê-se alguém a gesticular vigorosamente enquanto lê um livro para um grupo de crianças.

Sandra Sousa, do externato infantil “O Petiz”, na zona da Miguel Bombarda, disse à Lusa que são a favor de que “os miúdos tenham contacto desde tenra idade com os livros” e que possam aproveitar da proximidade a um evento “didático”.

Como tinham no externato quem conhecesse a editora, conseguiram que lhes fizessem uma “Hora do Conto”: “Achámos que era giro eles virem a um sítio onde existem muitos livros e possam ter mais contacto do que o que eles têm no dia-a-dia em casa. E também possam incentivar os pais a virem cá com eles comprar um livro”.

No corredor dedicado às livrarias alfarrabistas, Margarida Carvalho precisou de vir “dar uma mãozinha” ao irmão dono da 1870 Livros, já que esta é sempre “uma feira muito movimentada” e que este primeiro dia tem feito jus a essa fama.

Há já cerca de 10 anos que marcam presença na Feira do Livro do Porto e admitem que este é um “ponto muito forte do ano de vendas”.

Na alfarrabista Térmita, este ano juntaram-se cinco amigos e editores independentes. João Pedro relata que as primeiras horas foram de curiosidade dos visitantes e que acha que esta é uma forma dos editores exporem o seu trabalho que, noutras circunstâncias, não conseguiriam “tanta visibilidade”.

A Feira do Livro do Porto, que dura até dia 07 de setembro, está aberta entre as 12:00 e as 22:00 hoje, entre as 11:00 e as 22:00 ao sábado e entre as 11:00 e 21:00 ao domingo. Entre segunda e quinta-feira, a feira abre às 12:00 e encerra às 21:00.

A programação deste ano é marcada pela exposição “O Meu Sérgio”, pela mostra “Os Amigos do Gaspar”, por vários concertos, apresentações de novos livros e ciclos de conversas.

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