O candidato da Iniciativa Liberal à Câmara Municipal de Machico criticou a proposta do PSD para requalificar o antigo cemitério da cidade, defendendo que este é um projeto que não pode ser tratado com “ligeireza”.
“É com perplexidade que assistimos à proposta apresentada pelo PSD que pretende liderar os destinos da autarquia. O que foi divulgado como plano para o antigo cemitério de Machico não passa de um croqui simplório, desprovido de estudo, visão ou respeito pelo valor histórico e simbólico daquele espaço. Num território onde a memória coletiva é um dos pilares da identidade local, não se pode aceitar que um lugar tão sensível seja tratado com tamanha ligeireza”, afirmou, citado numa nota divulgada pelo partido.
António Nóbrega ressalva que “a alternativa que Machico merece passa por transformar o cemitério num jardim memorial”, defendendo que a oportunidade deve ser aproveitada para transferir o monumento aos antigos combatente, situado no Parque Jardim da Graça, para esse mesmo novo espaço. O candidato da IL defende ainda que deve ser incluída sinalética interpretativa, zonas de contemplação e restauro dos elementos históricos.
“Um espaço que não banalize a morte, mas que celebre a vida e a memória. Um lugar onde se possa aprender, refletir e homenagear”, aponta a IL.
O candidato frisa que o antigo cemitério de Machico “não é apenas um conjunto de túmulos antigos, neste momento maltratado, com vegetação invasiva e desprezado”. “É um espaço de silêncio, de homenagem e de história. Ali repousam gerações que construíram a alma de Machico. Qualquer intervenção exige mais do que linhas soltas num papel, exige investigação, escuta ativa da comunidade e uma proposta que una preservação, dignidade e integração urbana”, pode ler-se no comunicado divulgado esta quinta-feira.
Para a Iniciativa Liberal, “a requalificação deste espaço deve começar por um levantamento histórico rigoroso, envolvendo especialistas em património, arqueologia e urbanismo. Deve incluir a consulta pública, ouvir os residentes, os familiares, os historiadores locais. Só assim se poderá construir uma proposta que respeite o passado e projete o futuro com sensibilidade”.
“Liderar uma autarquia não é apenas gerir orçamentos, é saber cuidar da alma de um território. E a alma de Machico está profundamente ligada aos seus espaços de memória”, conclui.